O embaixador da Venezuela na ONU, Arias Cárdenas, disse nesta quinta-feira que a solução de compromisso assinada com a Guatemala sobre a vaga latino-americana no Conselho de Segurança foi uma lição para os Estados Unidos de que não podem impor sua vontade por "prepotência e chantagem".

"Ontem à noite (quarta) finalmente conseguimos um entendimento. É uma decisão que dá muitas lições a todos, dá uma lição importante para a potência hegemônica do continente e do planeta", disse Arias Cárdenas, referindo-se a Washington.

A declaração, feita à emissora venezuelana Unión Radio de Nova York, refere-se ao acordo assinado entre a Venezuela e a Guatemala na noite de quarta-feira para retirar suas candidaturas ao assento no Conselho de Segurança da ONU e propor o Panamá para representar a América Latina na organização.

"A primeira lição é para que os Estados Unidos entendam que têm de respeitar os países, que não podem abusar de seu poder e que no diálogo se pode conseguir muito mais do que na pressão e na chantagem", afirmou.

O governo do presidente George W. Bush, segundo a administração de Hugo Chávez, "tentou impor" um candidato e boicotar Caracas.

"Washington não conseguiu concluir seu trabalho. Não conseguiu colocar seu candidato e não conseguiu nos tirar da disputa", disse Arias Cárdenas, depois que o Panamá se apresentou como candidato de compromisso na 47ª rodada da votação. Até então, a Guatemala havia ganhado 46, com um empate, mas não tinha atingido a maioria necessária.

O embaixador venezuelano disse que nas negociações com a Guatemala, Caracas se comportou com "nobreza e altura" e que a longa controvérsia mostrou que os países podem conseguir acordos "sem fazer pressões".