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Pesquisa: ano 2000 deve ser recebido 'sem exageros'
Do Diário do Grande ABC
30/11/1999 | 13:11
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As pesquisas assinalam unanimemente que a febre da celebraçao do Ano Novo 2000 nao foi detectada ainda, faltando apenas um mês para o Dia-D. Apesar das quantias enormes investidas em alguns países para organizar festividades memoráveis, recentes pesquisas indicam que a grande maioria das pessoas nao pretende fazer loucuras para celebrar a chegada de 2000.

A opçao geral parece ser a celebraçao em família ou entre amigos e nao as extravagâncias. Segundo uma pesquisa da regista Time, 72% dos norte-americanos nao programaram nada de excepcional para a noite de 31 de dezembro e somente 19% deles querem organizar uma celebraçao mais importante do que a costumeira.

No Canadá, somente 37% das pessoas consultadas pelo jornal La Presse disseram ter um projeto especial de comemoraçao para o Ano Novo. Na Polônia, assim como na Holanda, três quartas partes das pessoas pretendem passar a noite de fim de ano em família ou com amigos. E na Gra-Bretanha, mais de 50% dos consultados passarao a noite em suas casas.

Este desinteresse pelas grandes comemoraçoes, apesar das intensivas campanhas publicitárias, parece ser devida a três fatores: os preços exagerados apresentados até agora por hotéis, restaurantes e agências turísticas, o medo das multidoes nos centros das cidades onde estao programadas as festas principais(Londres, Paris, Nova York, Sydney) e, finalmente, o temor dos possíveis problemas provocados pelo bug do ano 2000.

Como conseqüência, muitas manifestaçoes tiveram de ser reduzidas ou até mesmo canceladas em todo o mundo. Por exemplo, em Nova York, a ``festa do século' anunciada em Manhattan, cujos preços iniciais eram de entre mil e dois mil dólares, será realizada em outro local de dimensoes mais modestas e com preços mais razoáveis.

Em Los Angeles, um conjunto de grandes manifestaçoes foi cancelado devido à pequena venda de ingressos. Na India, uma suntuosa festa programada para os templos de Khajuraho (Centro), famosos por suas esculturas eróticas, foi suspensa.

E apesar do gigantesco investimento (cerca de US$ 10 bilhoes) feito por Londres para estar à altura de sua pretensao de ser a capital mundial das celebraçoes do ano 2000, o entusiasmo dos turistas estrangeiros nao atingiu o nível esperado.

No início do ano, o Departamento de Turismo da capital britânica estimava em pelo menos três milhoes o número de pessoas esperadas nas ruas de Londres na noite de fim de ano. Sua única ambiçao agora é que haja ``muita gente'. Na França, para a ceia de fim de ano, sete em cada dez restaurantes aumentaram seus preços em relaçao a 1998, com altas de 73% em média, mas em Paris os restaurantes registram aumentos de até 110%, segundo uma pesquisa realizada pela firma especializada Coach Omnium.

Como resultado deste vertiginoso aumento de preços, a maioria dos franceses prefere fazer em suas casas a ceia de Ano Novo. O mesmo panorama é assinalado por numerosos profissionais do turismo da Europa, Estados Unidos e América Latina. Temendo o ``fiasco do ano 2000' em razao do pouco entusiasmo causado por suas propostas de celebraçoes exóticas a preços exorbitantes (cruzeiros na Antártica, celebraçao no povoado de Rovaniemi, berço de Papai Noel na Lapônia finlandesa, etc.), tentam salvar a situaçao fazendo promoçoes, com reduçoes às vezes de até 50%.

De qualquer modo, quem perder esta festa de Ano Novo e século novo terá oportunidade de recuperar o perdido no próximo ano. Como exemplo, o presidente cubano, Fidel Castro, anunciou a seus concidadaos que nao haverá nenhuma celebraçao particular este ano, considerando que o terceiro milênio só começa na realidade no dia 1º de janeiro de 2001.




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