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Comércio tem queda de faturamento de 3,63%
Por Do Diário do Grande ABC
30/10/1999 | 11:50
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O varejo em geral na regiao metropolitana de Sao Paulo (RMSP), no acumulado do ano até setembro, registrou queda de 3,63% para o faturamento real e de 6,64% para as vendas físicas. Apesar do resultado negativo, o setor vem apresentando certa estabilidade desde o final de 1997. Em setembro, o comércio varejista cresceu 4,12% (faturamento real) em relaçao ao mês anterior, já descontados os fatores sazonais, contra -5,9% em outubro.

Os dados sao da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) elaborada pela Federaçao do Comércio do Estado de Sao Paulo (FCESP) e divulgada em parceria com a Agência Estado.

Segundo a economista da FCESP, Rosana Curzel, o resultado já era esperado, pois o poder de compra do consumidor também está em queda. Entre os fatores que estao colaborando com os saldos negativos no comércio varejista, Rosana cita a desvalorizaçao cambial, o aumento das tarifas (energia, telefone combustível, entre outros) e a elevaçao das taxas de juros.

Prova de que o consumidor está mais comedido na hora de comprar, pesquisa sobre o índice de endividamento de outubro, da Federaçao, revela que a taxa de comprometimento de renda com gastos correntes foi de aproximadamente 20% acima do segundo semestre do ano passado.

Para outro economista da FCESP, Fábio Pina, apesar da variaçao do índice em comparaçao a setembro nao ser considerada relevante, a populaçao está se preocupando com o grau de endividamento. "Está havendo uma readequaçao. As famílias estao 'apertando' cada vez mais os seus gastos e comprando apenas o essencial para se livrar das dívidas", comenta.

O segmento de bens semiduráveis (vestuário, tecidos e calçados), conforme a PCCV, resultou na quarta queda mensal consecutiva e, no acumulado do ano, apresentou o índice mais negativo desde 1993 (11,1%). No faturamento real a taxa foi de menos 4,5%, contra menos 9,81% em agosto, de menos 4,48%, em julho, e menos 3,19%, em junho. Da mesma forma as vendas físicas caíram, ficando negativas em 6,84%, ante 11,88% (agosto), de 2 91% (julho) e, de 3,22% (junho), respectivamente.

Uma das hipóteses para tal queda, de acordo com Rosana, é que mesmo que as lojas tenham feito a troca de coleçao (de inverno para a de verao), ainda nao conseguiram realizar as vendas devido à contribuiçao negativa do fator climático, além da elevaçao sazonal dos preços nesse período.

Outro setor que tem caído de maneira permanente - desde a crise asiática em 1997 -, é o comércio automotivo. O segmento cresceu 4,98% no faturamento real, contra 0,31% em agosto. Mesmo com as altas, o item automotivo acumula taxa negativa no ano até setembro de 37,68% para o faturamento real e de 37,31% para as vendas físicas.

Supermercados - Ao contrário das concessionárias de veículos, que tiveram queda acumulada neste ano de 42,03%, os supermercados apresentaram taxas crescentes de 15%. Segundo a PCCV, para o comércio em geral, espera-se índices negativos entre o intervalo de 3% a 4% para o faturamento real, contra elevaçao de 2,73% observada em 1998.

Um dos motivos que está garantindo o crescimento do setor de supermercados, desde o ano passado, de acordo com a economista da FCESP, é a maneira de o segmento se adequar conforme as necessidades do consumidor, oferecendo-lhe mais comodidade. "O cliente está mais exigente e se o setor nao contar com melhorias que nao o agrade, corre-se o risco de ficar com a mercadoria parada no estoque", acrescenta Rosana.

Os bens duráveis (lojas de departamento, utilidades domésticas, móveis e decoraçao) apresentaram resultados positivos de 4,20% contra queda de 5,6% (faturamento real) em agosto, e elevaçao de 5,23% em setembro nas vendas físicas, ante -5,08% no mês anterior. O item de bens nao duráveis aumentou 2 04%, enquanto em agosto o resultado foi de -5,78% no faturamento real. Já as vendas físicas registraram índices negativos de 1 81% e de 6,16% (em agosto).




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