Certa vez, adentrei num clube de tênis e me chamou a atenção um cartoon, afixado na parede da academia. Eram dois quadros. No primeiro, o professor perguntava aos alunos: “Quem gostaria de ser igual ao Guga Kuerten, tricampeão de Rolland Garros?”. Todos levantaram suas raquetes e responderam em coro: “Eeeeeeeeeeeeeeeuuu!” No segundo, o professor indagava: “Mas quem quer treinar e se dedicar igual a ele?”. Ninguém se manifestou. No sábado, o ex-presidente do Uruguai, atualmente senador, José ‘Pepe’ Mujica participou de evento em São Bernardo. Disseminou vários ensinamentos políticos em seu pronunciamento. Num dos mais relevantes, afirmou: “Não há homens imprescindíveis. Há causas imprescindíveis”. Sem contar que a história de Mujica é inspiradora, que exala humildade e simplicidade. Vive num sítio isolado dos grandes centros, doa boa parte de seu salário e possui um Fusquinha para se locomover. Na atividade do fim de semana aqui na região, ele foi ovacionado. Foi tratado como celebridade, apesar de sua contrariedade a holofotes. Distribuiu autógrafos e tirou fotos. Políticos de muitos partidos posaram ao lado do homem que foi considerado “o presidente mais pobre do mundo”. Todos gostariam de ser igual a Mujica. Mas alguém quer tomar as mesmas atitudes que ele? Silêncio.

Pito público
No início de seu discurso na atividade de ontem no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sentiu falta da presença do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), embora filiados de grande expressão estivessem lá, como Carlos Grana (PT-Santo André), Donisete Braga (PT-Mauá), Jorge Lapas (PT-Osasco) e Carlinhos Almeida (PT-São José dos Campos). O prefeito petista era para estar no evento e não estava. Lula não perdeu oportunidade de brincar com seu pupilo político, na hora de cumprimentar as autoridades. “O prefeito Haddad era para estar. Vai ver ele está vindo a 50 km/h e não conseguiu chegar (a tempo). Ou então está vindo de bicicleta”, disparou Lula, arrancando risos da plateia. A referência foi às polêmicas do governo Haddad: redução da velocidade em grandes avenidas da Capital e instalação de ciclovias na cidade.

Proposta
Presidente estadual do PSB, o vice-governador Márcio França levou aos deputados Orlando Morando (PSDB) e Alex Manente (PPS) plano para a eleição do ano que vem: quem estiver melhor nas pesquisas de intenções de voto de credibilidade às vésperas do registro da chapas sairia como nome do Estado à Prefeitura de São Bernardo, tendo o segundo colocado como vice. Nenhum dos dois respondeu, até porque têm planos estruturados de eles próprios serem candidatos ao Paço. França quer apoiar Alex, mas tenta evitar saia justa do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Bernardo, uma vez que o governador se comprometeu em pedir votos para Morando em 2016.