Foram canonizados os missionários italianos Joseph Freinademetz (1852-1908), muito conhecido entre os católicos chineses, e Daniel Comboni (1831-1881), que atuou na África, além do religioso alemão Arnold Janssen (1837-1909), fundador da sociedade missionária do verbo divino.

O papa apareceu em relativo bom estado de saúde e pronunciou de maneira muito clara as palavras litúrgicas que outorgaram a canonização aos três novos santos, mas em alguns instantes foi obrigado a interromper sua fala por causa de uma tosse.

Em uma homilia dirigida a 15 mil peregrinos que assistiam a cerimônia de canonização ao ar livre, o papa fez um pedido em favor da África, uma terra "que continua sendo afetada por tantas dificuldades e problemas".

"Que a comunidade internacional possa ajudar concretamente a construir um futuro de esperança", declarou João Paulo II, 83 anos, que tem muitos compromissos previstos por ocasião do aniversário de 25 anos de seu pontificado, no dia 16 de outubro.

O papa, que sofre com o mal de Parkinson e com uma artrose, foi obrigado a presidir a missa sentado. Quase 50 cardeais, bispos e sacerdotes, entre eles descendentes dos santos, participaram da cerimônia.

João Paulo II elogiou a ação missionária do santo Joseph Freinademetz, "que deu sua vida à população chinesa de Shandong meridional e compartilhou por amor e com amor suas condições de vida". O sumo pontífice o qualificou de "modelo exemplar da evangelização em respeito à cultura local".

Depois destacou a obra de outro novo santo, Arnold Janssen, que considera testemunha da "validade permanente da missão evangelizadora da Igreja Católica".

Considerado o maior canonizador na história da Igreja, João Paulo II canonizou, em 50 cerimônias no Vaticano e ao redor do mundo, 476 santos, sendo 402 mártires. Também beatificou, em 141 cerimônias, 1314 beatos, sendo 1031 mártires.

A canonização significa a inscrição na lista oficial dos santos católicos, cujas vidas são consideradas exemplos para os fiéis.