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Mensalidade é vilã no custo da educação
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
26/01/2009 | 07:00
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Manter um filho na escola não é tarefa fácil. O custo da educação é elevado, principalmente, neste início de ano, quando escolas reajustam o preço das mensalidades e é hora de comprar livros e material escolar.

O índice inflacionário da educação no Grande ABC fica, em média, a 7% ao ano. Em 2008, o IPC-USCS (Índice de Preços ao Consumidor, medido pela Universidade Municipal de São Caetano) variou 7,28%, só perdendo para a taxa de alimentação, com alta anual de 8,25%. (veja tabela)

No dia 8 deste mês, a inflação no setor alcançava 1,18% na região. Uma semana depois, no dia 16, o custo variou 1,97%, segundo o levantamento do Inpes (Instituto de Pesquisas) da USCS.

O Grande ABC apresentou índices maiores no setor da educação que os do País, que teve altas de 0,84% e 1,83% durante os mesmos períodos de comparação, segundo o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) apurado pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

"A alta no setor da educação entre as sete cidades é decorrente, principalmente, dos reajustes realizados na mensalidade escolar. Neste ano, o aumento deve ultrapassar o índice do ano passado (que foi de 5,5%), podendo chegar a 6% - média do reajuste das escolas na região", explica o supervisor técnico do Inpes, professor Leandro Campi Prearo.

Um exemplo: a média da mensalidade na região é de R$ 400. Com a inflação em torno dos 6% é preciso desembolsar R$ 24 a mais por mês, o que representa no ano um acréscimo de R$ 288.

O presidente do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo), Benjamin Ribeiro da Silva, salienta que as escolas aumentaram o valor de suas mensalidades com base no reajuste feito no salário dos professores. "É provável que o aumento no preço das mensalidades fique entre 7% e 10%".

Mesmo assim, ele afirma que o número de matrículas tem aumentado nos últimos anos entre 11% e 12%. "As mensalidades não acompanham a inflação. Por essa razão, neste ano esperamos um acréscimo de 18% no número de matrículas nas escolas particulares", finaliza Silva.

Por essa razão, de acordo com o estudo do Inpes, o grande impacto na base de cálculo da inflação da educação, tanto na região como no País, é da mensalidade escolar. Em seguida está o livro didático (cuja unidade custa em média R$ 70 para Ensino Fundamental) na região.

O livro didático, diferente da mensalidade, chegou a 4,44% no índice inflacionário na segunda semana da pesquisa, enquanto, na última semana de dezembro de 2008 estava em 7,32%. "Livrarias e editoras reajustam os preços logo no final do ano. Nesta época (meados de janeiro) a tendência é que haja promoções e queda dos preços", afirma Prearo.

Por último estão os materiais escolares, que apresentaram alta nos preços de 0,26% até o momento, em comparação com o último levantamento em dezembro. "O que é exorbitante entre as sete cidades é a variação de preço de um estabelecimento para outro", completa o professor.

TRANSPORTE - Mesmo não fazendo parte da base de cálculos do índice de inflação na região (realizado pelo Inpes), o transporte escolar também ‘pesa' no que diz respeito ao custo da educação. Exemplo disso é que o reajuste na mensalidade do transporte pode chegar a 50%, explica a ex-dirigente do Sindicato dos Transportadores de Escolares do Grande ABC, Solange Aparecida do Amaral.

Ela, que atualmente é presidente do sindicato em São Bernardo e também da Federação Nacional do Transporte Escolar, explica que o reajuste depende da distância e, principalmente, do contrato. "Em alguns acordos o repasse do aumento é feito ao longo do ano e em outros em janeiro, depende do que foi combinado com os pais".

Os fatores que justificam os aumentos são: preço do diesel - que segundo Solange, ao longo de 2008 teve alta de 15% -, pneus, manutenção e alteração de quilometragem, no caso dos alunos que mudam de cidade e permanecem com o transporte.




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