O adolescente Flávio Felipe da Silva, 15 anos – que foi morto –, e seu companheiro tentaram roubar o Gol branco do aposentado N.S., 61 anos, mas a vítima reagiu e Flávio atirou contra N., que foi ferido de raspão em um dos braços. Assustada, a dupla correu pela rua Coronel Abílio Soares até atingir a rua Santo André, onde encontraram o autônomo H.S.R., 37, em seu carro, uma picape Ford Ranger. Os dois obrigaram H. a descer e entraram no carro para fugir do local.

No momento em que saíam com a picape, o policial militar à paisana R.L.S., 32, pediu para que parassem, mas Flávio desceu e começou a atirar contra R. com um revólver calibre 32. O policial sacou um revólver calibre 38 e revidou. Ele ainda usou uma pistola calibre 380 contra os assaltantes. Um deles conseguiu fugir, mas Flávio foi atingido por cerca de quatro disparos e morreu.

Na troca de tiros, o Gol vermelho da psicóloga J.A.O., 46, que estava estacionado na rua Santo André, foi atingido por alguns tiros. Uma ambulância levou Flávio até o Centro Hospitalar do município, a dois quarteirões do local onde houve a troca de tiros, mas ele não resistiu aos ferimentos. A Ford Ranger também ficou repleta de marcas de tiros.

Uma moradora das proximidades, que não quis se identificar, disse que tomava o café da tarde com a família no momento em que os tiros começaram. “Fazia poucos minutos que havia entrado em casa. Falei para o meu pai que eram tiros, mas ele disse que eram fogos de artifício, pois nunca tinha ouvido tanto tiro junto”, disse.

Nas ruas próximas, existem inúmeros guardadores de carro, o que, porém, não colabora para diminuir o alto índice de roubos e de furtos de veículos no bairro. “Nessas ruas aqui do bairro, é muito comum ver alguém perdido procurando o carro que acabou de ser roubado”, disse um comerciante, que também preferiu não ser identificado.

De acordo com outras testemunhas, a rua – é permitido o estacionamento de carros nos dois lados da via – ficou com o tráfego interditado por alguns minutos até que a situação se acalmasse e os curiosos se afastassem do local. “Não se fala em outra coisa hoje (quarta), depois do que aconteceu nessa rua”, disse um morador.

As armas usadas pelo adolescente e pelo policial foram apreendidas pela polícia e serão submetidas a exames por peritos do IC (Instituto de Criminalística) de Santo André.