O aniversário de 20 anos da morte do Velho Lua é só em agosto, mas as celebrações que relembram sua obra começam amanhã e vão até domingo em São Paulo. Reunindo música, teatro, circo, gastronomia e artesanato nordestinos no Vale do Anhangabaú, Homenagem a Luiz Gonzaga é também um grande festival que destaca não só cultura de Pernambuco - onde o compositor nasceu em dezembro de 1912 - como as manifestações de outros estados nordestinos. "Aproximadamente 80% da população da Região Metropolitana de São Paulo é de alguma maneira ligada ao Nordeste", diz o coordenador da Unidade de Fomento e Difusão de Produção Cultural da Secretaria de Estado da Cultura, André Sturm.

O show de abertura, a partir das 18h, é de Elba Ramalho. A paraibana destaca o papel de Gonzaga até hoje como a maior influência. "Nossos caminhos se cruzaram logo no início da minha carreira como cantora e desde então caminhamos pela mesma estrada, em harmonia perfeita, porque partilhamos das mesmas dores e alegrias que sublimam nossa consciência nordestina, agreste, sertaneja", afirma.

A programação musical vai de artistas mais populares - além de Elba, Dominguinhos e Alceu Valença, que encerra a programação - até nomes que se servem da sonoridade que o compositor levou além dos limites da região para trabalhos de cunho bem autoral. Um deles é o pernambucano Antonio Nóbrega, que se apresenta no domingo, às 14h. "Ele trouxe essa visão rural nordestina para a música popular brasileira. Quem veio depois dele é devedor nesse sentido, já que, junto com o samba, o xote e o baião são os gêneros que formam a base da música popular", comenta.

Outro músico que faz trabalho interessante nessa seara é o violinista francês Nicolas Krassik, que interpreta músicas nordestinas ao lado do grupo Cordestinos apenas com instrumentos de corda e percussão. Seu show ocorre no sábado, às 17h (veja programação completa no site www.cultura.sp.gov.br). Da safra mais recente de músicos nordestinos, destacam-se o Cordel do Fogo Encantando e a banda Seu Chico, que faz versões de Chico Buarque.

Além dos tradicionais grupos de maracatu, repentistas e emboladores, o palco recebe o teatro de bonecos do mestre Valdeck de Garanhuns. A gastronomia e o artesanato serão divididos em nove barracas - uma para cada estado nordestino.