Depois da paralisação da produção da GM (General Motors) por duas horas na terça-feira (7), a montadora decidiu iniciar negociação com o sindicato e agendou reunião para segunda-feira (13). A reivindicação é que a empresa contrate mais 200 trabalhadores. Até o fechamento desta edição a GM não se pronunciou.

A ameaça da onda de paralisações parece ter convencido a montadora de São Caetano. "Cerca de 100 carros deixaram de ser produzidos, com prejuízo evidente, o diálogo muda", explicou Francisco Nunes Rodrigues, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano.

O sindicalista afirmou estar otimista. "A negociação é o primeiro passo para a conquista. Esperamos que a GM entenda a necessidade de mais trabalhadores e realize as contratações imediatamente", declarou Rodrigues.

A queixa dos funcionários - que perderam 1.633 trabalhadores temporários no início do ano - é a sobrecarga. Segundo o dirigente sindical, a situação é tão grave, que os colaboradores mal tem tempo de ir ao banheiro.

"Não podemos admitir tal crueldade com o trabalhador, a GM pediu que esperássemos a definição do IPI. Agora que o governo prorrogou o benefício, não há mais desculpas para não aumentar o quadro de funcionários", alegou o vice-presidente.

Este mês, os trabalhadores estão realizando jornada semanal de 43h e a montadora já sinalizou que o tempo deve aumentar para 45h em agosto. "Não é justo que o trabalhador pague pelo lucro da empresa. Caso não haja acordo imediato com a GM, vamos continuar com as paralisações até que as contratações sejam feitas", prometeu o vice-presidente.