Economia Titulo Custo de vida
Inflação atinge em
cheio os mais pobres

Custo de vida sobe 0,55% em novembro; no tri, variação
média dos preços para baixa renda acumula alta de 10%

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
29/12/2012 | 07:00
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A inflação anualizada da média dos três meses encerrados em novembro, na Grande São Paulo, atingiu 7,5%. E para as famílias com menor renda, das classes D e E, a variação média dos preços dos produtos e serviços foi positiva em cerca de 10%. O resultado desperta atenção, tendo em vista que a meta de inflação do governo federal é de 4,5% ao ano com margem de dois pontos para cima ou para baixo.

 

Os dados são do índice CVCS (Custo de Vida por Classe Social) da Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). Ontem, a entidade publicou o indicador de novembro, que subiu 0,55% na média e de 0,73% para a classe D e 0,75% para a classe E.

Esses resultados apontam que o poder de comprar dos mais pobres está diminuindo com mais velocidade do que para os mais abastados. Eles gastam a maioria do orçamento mensal com alimentos, grupo de produtos que mais contribuiu para que o custo de vida das famílias da Região Metropolitana tivesse elevação neste ano. Na avaliação do assessor econômico da Fecomercio-SP Fábio Pina, os dados de 2012 foram atípicos, com pressão inflacionária nos alimentos nos últimos meses do ano. "É um resultado ruim, pois as famílias com mais dificuldade (financeira) são as que mais sofrem com a inflação quando esta é impulsionada pelos alimentos", esclarece.

A metodologia do CVCS considera para a classe E renda de até R$ 976,58; para a D, de R$ 976,59 a R$ 1.464,87; para a C, de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33; para a B, de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23; e mais de R$ 12.207,24 à A. Segundo a Fecomercio-SP, os valores também consideram os rendimentos não monetários.

Coordenador de análises econômicas do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV (Fundação Getulio Vargas), Salomão Quadros deixa claro que o clima afetou os preços. A seca nos Estados Unidos, prejudicial à produção de milho e soja, junto ao clima ruim para o plantio no Brasil de itens in natura pressionaram toda a cadeia de alimentos, como as rações e dos animais para abate. "Isso fez com que o custo da alimentação para os consumidores (no País) subisse, neste ano, 10%."

Pina, da Fecomercio-SP, diz que as produções de grãos na Ucrânia, Rússia e Argentina também sofreram com intempéries.

 

 




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