Cultura & Lazer Titulo Entrevista
Leo Jaime sempre na ativa

Cantor fala de música e de trabalhos na televisão; o disco
'Todo Amor' volta às lojas 16 anos após o seu lançamento

Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
27/12/2012 | 07:00
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Sua voz passeou pelas ondas do rádio nos anos 1980 e assinou diversas trilhas para filmes e novelas. Sempre com pinta de roqueirão bonachão, Leo Jaime mergulhou na arte e não se satisfez em ficar apenas na música. Além do microfone e da guitarra, resolveu ir para outro palco, o do teatro e da TV. Sua discografia beira os dez títulos, um deles, Todo Amor (Warner Music, R$ 17,90 em média), volta às lojas 16 anos após seu lançamento e com uma faixa inédita. Além disso, ele comemora boa fase, com participação no programa de TV Amor & Sexo e também como o Nando da novela Malhação, um roqueiro, para variar.

 

 

 

DIÁRIO - É difícil fazer com que o público de hoje conheça sua música?
LEO JAIME - Estamos vivendo um momento maravilhoso na nossa música. Tem muita gente talentosa fazendo coisas incríveis. O problema é que é muito difícil para o público tomar conhecimento disto. Mais difícil é para os artistas produzirem e divulgarem seus trabalhos. A indústria hoje lida com uma parcela muito pequena dos bons nomes em todas as categorias e segmentos da nossa música. Os artistas dependem de seu esforço próprio ou, em alguns casos, de editais e patrocínios. Ainda assim é difícil. Quem tem um nome conhecido, como eu, pode ter menos trabalho. É preciso dizer, porém, que nunca houve um período tão difícil para um novo talento.

DIÁRIO - O discoTodo Amor volta às lojas e traz uma canção inédita. Por que escolheram esse disco para relançar?
LEO - Porque meus discos estavam fora de catálogo e este é importantíssimo. A música que gravei recentemente, de autoria de Dudu Falcão, mostra uma evolução dentro do mesmo estilo que havia iniciado naquele disco. É um disco de intérprete.

DIÁRIO - Há a possibilidade de relançar sua discografia?
LEO - Sim, eu gostaria muito. Tomara que o sucesso desta iniciativa seja motivo para que os outros voltem às prateleiras.

DIÁRIO - Pretende fazer um disco inteiro de músicas inéditas?
LEO - Pretendo continuar gravando singles e, quem sabe, um dia lançar um álbum como os que já fiz. Como era tradicionalmente antes dos discos conceituais. É claro que se for convidado para fazer um disco assim, que eu não tenha que produzir, vou adorar.

DIÁRIO - Você tem músicas prontas guardadas?
LEO - Não. Eu vou fazendo e vou lançando. Não gosto de escrever cartas que não vou mandar. Por outro lado, lancei Tchau, parceria com a Rita Lee, que sai no CD de Malhação, e Diz, no Todo Amor. E já regravei O Pobre para a trilha de Até Que a Sorte Nos Separe. Já tenho outra em mente para gravar. Mas é uma regravação também, de uma música pouco conhecida.

DIÁRIO - Acha que algo mudou na sua música do começo para os dias de hoje?
LEO - Sim, claro. O Todo Amor marca o meio do caminho, em termos de tempo de carreira, e um novo rumo musical e de estilo.

DIÁRIO - O que mais te dá prazer? Cantar ou a TV?
LEO - As duas coisas. Eu sou feliz por só fazer o que me dá prazer.

DIÁRIO - O que você gosta de escutar?
LEO - Escuto menos do que gostaria. Rádio. Tenho também os clássicos no meu telefone. Varia muito.

DIÁRIO - Você vai a shows de rock?
LEO - Dificilmente. Não gosto de multidões. O melhor lugar em um show é aquele que costumo frequentar: em frente ao microfone e na cara do público.

DIÁRIO - Você foi um ícone dos anos 1980. Algo te dá saudade daqueles tempos?
LEO - Não sou saudosista. A vida era dura naquela época. A juventude é supervalorizada. Amadurecer é bom.

DIÁRIO - Como tem sido interpretar Nando em Malhação?
LEO - Eu adoro. Fico feliz em estar lá, sempre. Adoro os meus colegas de todas as idades.

DIÁRIO - Tem muito de você no personagem?
LEO - Tem, claro. Muito do que eu vivi e convivi. Do que vi mais do que vivi.

DIÁRIO - Sentiu falta de fazer novela?
LEO - Senti. Embora fazer teatro seja espetacular, e eu tenha a sorte de fazer bons papéis, geralmente em musicais. É difícil fazer dramaturgia em TV. Não dá para ensaiar e corrigir. Mas gosto de improvisar e acabo curtindo o processo mesmo achando difícil. Desta vez tenho uma coach, a Andrea Bacellar, que tem me ajudado muito com as decorebas e as dúvidas.

DIÁRIO - Interpretar é como andar de bicicleta? Mesmo que fique um tempo sem, basta voltar?
LEO - Sim, tudo depende de exercício e ensaio, aplicação e estudo. Mas é claro que uma boa equipe, bons colegas e, sobretudo, bons diretores fazem o caminho muito mais fácil.

DIÁRIO - É divertido fazer o programa Amor & Sexo?
LEO - É muito difícil. Ao mesmo tempo é muito divertido na hora em que gravamos. Eu acho que se parece com uma escola de samba. Para aqueles 40 minutos acontecerem tão leves e divertidos, a gente fica uns bons meses queimando a mufa e ralando para dar o melhor para o público. Ricardo Waddington é genial e Fernanda Lima é talentosíssima e muito carismática. Fico feliz em ter feito parte do projeto desde a idealização do piloto. É um dos lances mais importantes da minha vida.

DIÁRIO - Sua vida é corrida?
LEO - É muito corrida. Sinto falta dos amigos e de descansar. Sonho com férias. E, ainda assim, agradeço muito por ter uma vida tão corrida.

DIÁRIO - O que gosta de fazer quando não está trabalhando?
LEO - Dormir e ficar com a família. Assistir a seriados também. E ver os amigos, viajar, ir aos programas culturais, gastronomia, vinhos e tudo o que a vida pode oferecer de bom.

DIÁRIO - O que tem a dizer aos jovens que ainda não conhecem seu trabalho como músico e também aos que acompanhavam sua música nos anos 1980?
LEO - Sejam bem-vindos a um mundo diferente.




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