A cada toque na bola do meia Willian com a camisa da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, parte dos moradores de Ribeirão Pires se anima. O jogador, um dos filhos mais famosos da cidade, ultrapassou todas as barreiras comuns aos que se candidatam a brilhar no futebol profissional, mas não esqueceu a origem humilde e de todos que, de alguma forma, fizeram e ainda fazem parte da sua vida.

Entre treinos, concentrações e jogos, Willian falou com exclusividade ao Diário e disse que jamais esqueceu Ribeirão Pires, apesar de hoje morar na Inglaterra e atuar pelo Chelsea. “Sempre é bom (receber) o carinho das pessoas de onde nasci e vivi muito tempo. Minha infância foi lá, a família toda é de lá, fico muito feliz com o carinho deles comigo. Eles estão sempre me apoiando, mandando mensagem e procuro retribuir esse carinho dentro de campo”, comentou Willian.

O meia, hoje aos 25 anos, deu os primeiros passos no esporte aos 5, na escolinha de futsal do Ribeirão Pires FC e tinha como técnico Hamilton Gonçalves, auxiliado por Emerson Gilarde, os dois responsáveis por ensinar os fundamentos básicos ao atleta. Ele ficou por lá até os 9 anos, quando o pai, Severino Vieira da Silva, 53, resolveu tentar levar o filho para um teste na escolinha do ex-jogador Marcelinho Carioca, em Santo André.

Apesar de tímido e franzino, Willian se deu bem e viu a carreira deslanchar. Conseguiu vaga nas categorias de base do Corinthians, clube pelo qual se profissionalizou em 2007, quando foi treinado por Emerson Leão. Ficou apenas oito meses no Timão e seu talento despertou interesse do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, no qual permaneceu por seis temporadas. O meia ainda passou pelo Anzhi Makhachkala, da Rússia, antes de chegar ao Chelsea. Lá, se consolidou e atraiu os olhares de Luiz Felipe Scolari, que o chamou para a Copa.

Apesar da história vitoriosa, Willian, sempre que pode, volta para casa. “Tenho contato com meus familiares que moram lá (em Ribeirão Pires), sempre que estou de férias passo por lá para ver tios, primos, todo mundo. Mas é um pouco distante, jogando fora do Brasil é mais difícil, mas o carinho vai ser sempre o mesmo”, garantiu o jogador, que aproveitou a folga de ontem concedida por Felipão para passear com a família pelo Rio de Janeiro.

Consciente de que teve sorte aliada ao talento, Willian deixou uma mensagem para os jovens que o usam como espelho. “Apoio familiar é importante. Se não fossem os meus pais, não estaria onde estou, mas todos devem procurar fazer, não só ficar esperando. Meus pais me apoiaram, mas é importante você também se dedicar. Desde pequeninho fiz isso e hoje estou aqui, realizando meu sonho na Seleção Brasileira e disputando uma Copa do Mundo”, finalizou ele.

Brasil retorna aos treinos no Rio com foco em Camarões

Os jogadores da Seleção Brasileira se reapresentam hoje, às 11h, na Granja Comary, em Teresópolis, no Rio de Janeiro. O grupo foi liberado pelo técnico Felipão ontem para um dia de folga ao lado dos familiares, mas a partir de hoje o time já foca na última partida da primeira fase da Copa do Mundo, segunda-feira, contra Camarões, em Brasília.

A expectativa é que Felipão intensifique os treinamentos em campo, já que desde a partida contra a Croácia (vitória por 3 a 1), ou seja, nos últimos seis dias, o grupo titular fez apenas um coletivo de 40 minutos e o treino fechado antes do empate com o México, por 0 a 0, no Castelão, em Fortaleza.

Diferentemente da última semana, pelo menos por enquanto os treinos devem ser realizados no período da tarde – Felipão havia mudado as atividades para a parte da manhã para que os jogadores vissem os jogos dos possíveis adversários da Copa.

O time fica no Rio de Janeiro até sábado, quando embarca às 20h30 para Brasília. O reconhecimento do gramado será domingo, às 18h30, e o duelo contra Camarões na segunda-feira, às 17h.