Diarinho Titulo Aniversário
Mickey Mouse
assopra 85 velinhas

Ao longo dos anos, personagem passou por muitas
mudanças e ganhou amigos e fãs de todas as idades

Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
01/12/2013 | 07:00
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Reprodução


Carismático, corajoso, gentil, vestindo short vermelho, luvas brancas e sapatos amarelos. É assim que Mickey Mouse, o camundongo mais amado – e também criticado – do mundo, aparece na TV, cinema, internet, produtos e quadrinhos. Ele acaba de completar 85 anos e, durante esse tempo, mudou bastante de aparência.

Criado pelos norte-americanos Walt Disney e Ub Iwerks, apareceu pela primeira vez no curta-metragem em branco e preto O Vapor Willie, exibido em 18 de novembro de 1928 no Teatro Colony, em Nova York, Estados Unidos. Tinha pontinhos pretos no lugar dos olhos e nariz arrebitado. Era muito travesso e maldoso. Com o passar dos anos, porém, tornou-se herói, bonzinho e rodeado de amigos.

Em 1930 foi publicada sua primeira tira de jornal: Mickey na Ilha Misteriosa. No Brasil, chegou neste formato só em 1952. Já o primeiro filme colorido, The Band Concert (O Concerto da Banda), estreou em 1935. 

Cinco anos depois, ganhou olhos com fundo branco, nova cor e contornos arredondados. Também chegou aos cinemas o elogiado longa-metragem Fantasia. No Brasil, fez sucesso com Clube do Mickey, exibido pela TV Tupi e SBT nos anos 1980. O programa nasceu nos Estados Unidos na década de 1950.

 Aos poucos, muitos produtos ganharam a cara do camundongo: jogos, bonecos, materiais escolares, roupas, entre outros. Mickey ainda é a principal atração do parque Walt Disney World. Só em 2012, a empresa lucrou cerca de R$ 90 bilhões; quase a metade veio da venda de coisas relacionadas ao personagem.

 Por isso, há quem o critique muito, dizendo que incentiva o consumo excessivo e faz propaganda da cultura norte-americana. Polêmicas a parte, o que será que vai acontecer com Mickey nos próximos 85 anos?

Antes do camundongo, havia o coelho

Na década de 1920, Walt Disney produzia o desenho Oswald, o Coelho Sortudo para a Universal Pictures. Certo dia, descobriu que seu contrato dava os direitos do personagem ao estúdio. Ficou chateado. Durante a viagem de trem para casa, lembrou de quando morava em um quarto cheio de camundongos e soltou um deles no bosque. Então, passou a rabiscar o bicho com forma humana. Deu o nome de Mortimer, mas sua mulher, Lillian, não gostou e pediu para chamá-lo Mickey Mouse.

Admirado por diferentes gerações

Há mais de oito décadas o camundongo conquista fãs pelo mundo. A admiração de Ramón Monizi Garcia, 9 anos, de Santo André, pelo personagem vem de família. Ele guarda a coleção de livros Estorinhas de Walt Disney, de 1971, que pertencia à avó. “Gosto muito do Mickey, mas meu preferido é o Pateta, o mais engraçado.”

Luccas Segatto Bertini, 9, de São Caetano, tem álbum de figurinhas recente da Disney e o da mãe, de 1976, que está completo. “É legal saber que o Mickey existe há tanto tempo.”

Daphne Santana, 8, de Santo André, passou a gostar dos personagens com a animação A Casa do Mickey Mouse, exibido no Disney Channel. “Vivem muitas aventuras.” A amiga Isadora Toneto Ferreira, 9, de São Caetano, também curte o desenho. “Se eu pudesse, seria a Minnie.”

Os games do personagem são sucesso antigo. Um dos mais famosos é Castle of Illusion. No jogo, famoso na década de 1980, Mickey deve salvar Minnie. 

Hoje, o camundongo aparece em Epic Mickey (para Wii) e Epic Mickey 2: The Power of Two (Wii, PS3, Xbox 360 e Wii U). Na história, ele trabalha com o coelho Oswald para recuperar os amigos.

Velhos companheiros de Mickey

Mickey pode ser o mais popular, mas tem companheiros queridos pelo público. Em geral, Minnie é a favorita das meninas. Também surgiu pela primeira vez no curta O Vapor Willie (1928), junto do vilão Bafo de Onça. 

Já o fiel companheiro Pluto era inimigo do camundongo quando estreou, em 1930, na animação Os Prisioneiros. O cão da raça bloodhound não fala como os outros animais da Disney.

O atrapalhado Pateta (chamado Goofy, em inglês) surgiu apenas em 1932, no desenho Mickey’s Revue (A Apresentação de Mickey, em tradução livre). No mesmo ano, apareceram os sobrinhos do camundongo Morty e Ferdie (chamados Chiquinho e Francisquinho no Brasil) na animação Mickey’s Nephews (Os Sobrinhos do Mickey).

O mal-humorado Pato Donald estreou em 1934 no desenho A Galinha Sábia. Em 1938, foi para os quadrinhos. Em junho de 2004, ao completar 70 anos, também ganhou estrela na Calçada da Fama em Hollywood. 

A namorada do pato, Margarida, foi criada em 1940. Sua primeira animação foi Mr. Duck Steps Out (Sr. Pato Sai). É a melhor amiga de Minnie. O último da turma a surgir foi Tio Patinhas, em 1947, nos quadrinhos Natal nas Montanhas.

Tem novidade nas telonas

Em comemoração aos 85 anos de Mickey, chegará aos cinemas o curta-metragem Hora de Viajar! (Get a Horse!). Será exibido antes da animação Frozen – Uma Aventura Congelante, que estreia em 3 de janeiro. O filme traz de volta o estilo das primeiras produções com o personagem. O novo trabalho mistura desenho clássico em preto e branco, feito à mão, ao moderno, colorido e computadorizado.

A animação vai reproduzir as falas originais, dubladas por Walt Disney. O artista morreu em 1966, mas a gravação foi recuperada especialmente para o filme. A versão brasileira, no entanto, é dublada.

Na história, Mickey, Minnie e os amigos Horácio e Clarabela passeiam de carroça até que o vilão Bafo de Onça aparece e tenta ultrapassá-los na estrada, dando início à confusão.

Saiba mais

Mickey ganhou estrela na Calçada da Fama de Hollywood em 1978 em homenagem

aos seus 50 anos.

Durante a Segunda Guerra Mundial, em junho de 1944, tropas dos Estados Unidos se preparavam para invadir a Normandia, na França. A senha para iniciar o ataque era Mickey Mouse.

O Vapor Willie é considerado o primeiro desenho animado com som e música. No curta-metragem, Mickey é dublado pelo próprio Walt Disney, que deu voz ao camundongo em outras produções até 1946.

Fantasia é o terceiro filme de animação dos estúdios Disney, produzido em 1940. Em 1999 estreou a sequência Fantasia 2000 com imagens geradas por computador.

Consultoria de Paulo Gustavo Pereira, especialista em desenhos animados, do jornalista e pesquisador Celbi Vagner Pegoraro, e Ginha Nader, autora do livro A Magia do Império Disney.




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