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Detentos pulam o muro de cadeia em S.Caetano

Eles usaram lençóis para chegar ao teto, mas foram capturados

Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
06/07/2012 | 07:00
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Seis detentos da Cadeia Pública de São Caetano fugiram na manhã de ontem, mas acabaram capturados pela GCM (Guarda Civil Municipal) da cidade e pela Polícia Civil. Eles utilizaram instrumento popularmente chamado de tereza, corda feita com lençóis e cobertores, amarrada a um cabo de vassoura quebrado.

O plano era aproveitar o dia de visitas de parentes e provável distração dos responsáveis pela vigilância para simplesmente pular o muro. Por pouco conseguiram. Os dois primeiros chegaram ao chão e fugiram em um Peugeot branco que os esperava. Os outro quatro enfrentaram problemas. Três deles caíram e se feriram na queda na Rua São Francisco. O último levou tombo ainda no teto e chamou a atenção de policiais do Ciretran, que fica ao lado.

O quarteto foi capturado logo depois da tentativa de fuga. Os outros dois só foram encontrados por equipes da polícia na favela do Sacadura Cabral, em Santo André, onde invadiram uma casa para se esconder. O dono do local e vizinhos que estavam em atitude suspeita ou portavam drogas foram levados para averiguação.

"Se não fosse a resposta rápida, teríamos um problema ainda maior", ponderou Luís Carlos Silva Santos, delegado corregedor da seccional de São Bernardo. Ele investiga se houve a facilitação ou ajuda por parte de policiais na fuga dos detentos.

As visitas tiveram de ser interrompidas por quase três horas. Parentes relatam que foram retirados do local à força e o clima ficou tenso. "Mas não vi nenhuma vigilância lá. Parecia livre para quem quisesse fugir", disse a ajudante de cozinha Márcia Nunes Paiva, 48 anos.

A Cadeia Pública de São Caetano chegou a ser interditada em fevereiro de 2011 por apresentar problemas de infiltrações, rachaduras, fiações expostas, falta de condições mínimas de higiene para os presos e vulnerabilidade na segurança do prédio. Uma liminar obtida pelo Estado, no entanto, suspendeu temporariamente a decisão favorável ao Ministério Público e a discussão continua nos tribunais para saber qual o destino final do local, mesmo sem uma data definida para a solução.

Delegado seccional de São Bernardo, Rafael Rabinovici reconhece os problemas estruturais do prédio e disse que a Polícia Civil cumpre a única norma que foi mantida, de respeitar o limite de 120 presos no local. "Para poder realizar todas as obras necessárias, precisaríamos esvaziá-la. E não há local para acomodar os detentos. Mesmo porque temos de esperar uma definição final da Justiça para saber o que faremos com o local", completou. No ano passado, duas fugas foram registradas.




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