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Médico do IML-SA faz almoço de três horas
Por Fabiana Chiachiri
Do Diário do Grande ABC
01/11/2004 | 09:58
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O IML (Instituto Médico-Legal) de Santo André ficou domingo sem médico durante pelo menos três horas. A alegação dos funcionários da unidade é que o legista de plantão tinha “saído para almoçar”. Uma família, que estava no instituto para liberar o corpo de um parente, teve de esperar a chegada do médico para que o laudo da necropsia fosse assinado.

O corpo do policial militar Emerson Silva do Nascimento, 27 anos, morto por um tiro na madrugada de domingo, chegou ao instituto por volta das 10h. O pai da vítima, João Batista do Nascimento, foi para o IML por volta das 12h para liberar o corpo do filho. “Até agora estamos esperando (pouco antes das 15h). Eles disseram que o médico saiu para almoçar e só vai voltar às 15h30. Acho que ele aproveitou para jantar também”, disse Nascimento. Às 15h, o legista chegou no posto.

O diretor do IML de Santo André, Vladimir Alves dos Reis, explicou que o procedimento de necropsia é demorado e que um auxiliar do médico estava trabalhando com o corpo. “O médico que está de plantão vai trabalhar os quatro dias do feriado, devido à escala que veio de São Paulo. Para mim, a demora de três horas para o corpo ser liberado está dentro da normalidade. Mesmo que o legista estivesse no posto o tempo todo, não tivesse saído para almoçar, o tempo de espera seria o mesmo.”

O Diário vem fazendo há uma semana uma série de denúncias sobre o atendimento irregular dos quatro IMLs da região. Até então, o médico legista só atendia casos de exame de corpo de delito e cautelares três horas por dia e não havia legista de plantão à noite. Os outros três institutos também passaram a atender das 7h às 17h. O plantão noturno ocorre apenas em Santo André. Na quarta-feira passada, a encarregada do IML de Santo André, Ana Joaquina Farinha, foi afastada do cargo.

O governador Geraldo Alckmin determinou na segunda- feira passada a construção de um alojamento para os médicos plantonistas dormirem, quarto que deve ficar pronto em cerca de dez dias. O IML de Santo André e São Caetano tinham acordos informais com as Prefeituras da cidade. Na ausência de legistas nas unidades, os médicos municipais que faziam exames cautelares de corpo de delito. Esses acordos estão proibidos desde a semana passada e o trabalho agora deve ser feito, obrigatoriamente, pelos médicos dos institutos.




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