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Hamas e Fatah pedem retomada de ataques depois de ofensiva
Por Da AFP
08/11/2006 | 11:59
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Pelo menos 18 palestinos morreram, entre eles quatro mulheres e quatro crianças, e mais de 20 ficaram feridos nesta quarta-feira por bombardeios israelenses em Beit Hanun, no norte da Faixa de Gaza, provocando a ira dos grupos palestinos, que pediram a retomada dos atentados suicidas contra o Israel.

Os obuses israelenses cairam em uma casa e mataram 11 pessoas de uma mesma família, inclusive Mohammed e Ahmed, de 8 e 9 anos, que estavam com suas mochilas arrumadas para ir para escola.

Após o ataque, o movimento islâmico Hamas, que controla o governo palestino, e o Fatah, do presidente Mahmud Abbas, não hesitaram em pedir a retomada dos atentados suicidas em território israelense.

"Imploramos a nossos mujahedines (combatentes) que retomem as operações de martírio (atentados suicidas) em Tel Aviv, Jerusalém, Haifa e Jafa, e em todos os outros lugares", declarou um dos chefes do Hamas, Nizar Rayan.

Pouco depois, um porta-voz do Fatah também pediu a volta dos ataques. "Pedimos às Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa e às facções armadas de todos os movimentos palestinos que retomem as operações de martírio em Israel", disse o porta-voz Jamal Obeid.

"Israel deve ser apagado da face da Terra. É um Estado de animais, que não reconhece nenhum valor humano. É um câncer que deve ser erradicado e todo o mundo deve participar para conseguir isso", disse o porta-voz do governo, Ghazi Hamad.

O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, membro do Hamas, e o presidente da Autoridade Palestino, Mahmud Abbas, também pediram uma reunião de caráter urgente do Conselho de Segurança da ONU.

"Peço ao Conselho de Segurança que se reúna de urgência para pôr fim a estes massacres contra o povo palestino em Gaza e na Cisjordânia", disse Haniyeh, pouco antes de uma reunião de urgência de seu gabinete em Gaza.

O coordenador especial das Nações Unidas para o processo de paz no Oriente Médio, o peruano Alvaro de Soto, criticou o bombardeio israelense desta quarta e se declarou "consternado" pelo ocorrido.

Haniyeh anunciou também nesta quarta-feira a "suspensão" das discussões com o presidente Abbas para formar um governo de união. "A presidência do Conselho de Ministros anuncia a suspensão das discussões em curso sobre um governo de união nacional", declarou Haniyeh no início de uma reunião de urgência do gabinete em Gaza.

Após o ataque, uma alta funcionária do governo israelense afirmou que Israel vai continuar com suas operações militares na Faixa de Gaza para tentar pôr fim aos disparos de foguetes, apesar da morte de 18 palestinos.

O bombardeio foi lamentado de forma oficial pelo primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e pela ministra israelense de Relações Exteriores, Tzipi Livni.

"Israel faz todo o possível para evitar que as populações civis inocentes sejam atingidas durante as operações; infelizmente algumas vezes ocorrem tragédias. Nós lamentamos", afirmou Livni em comunicado.

Ehud Olmert também emitiu um comunicado declarando que lamentava a morte de mulheres e crianças nos bombardeios, que serão alvo de investigação por parte das autoridades.




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