A Seleção Brasileira começou neste domingo a fase final da caminhada para a Copa do Mundo. O técnico Luiz Felipe Scolari, parte da comissão e alguns dos 23 convocados para o Mundial embarcaram à noite para Barcelona (Espanha). Lá a equipe fará um jogo-treino contra a equipe B do Espanyol, na quinta-feira (dia 16), e um amistoso com a seleção da Catalunha (dia 18), no sábado. A próxima parada da Seleção será a Malásia, onde o Brasil enfrenta o time da casa, em Kuala Lumpur (dia 25, sábado). A última parada será Ulsan, na Coréia do Sul, já para a disputa da Copa do Mundo (a estréia brasileira será dia 3 de junho, contra a Turquia).

Os únicos jogadores que não viajaram do Brasil para a Espanha foram Dida, Vampeta, Luizão e Anderson Polga. Os dois primeiros, do Corinthians, defendem a equipe paulista no segundo jogo da final da Copa do Brasil, contra o Brasiliense (quarta-feira, em Taguatinga). Os dois últimos, do Grêmio, também jogam na quarta-feira, pelo confronto de volta do tricolor gaúcho contra o Nacional (Uruguai), pelas quartas-de-final da Copa Libertadores da América. Todos devem embarcar para Barcelona na quinta.

Além dos quatro 'brasileiros', dois 'estrangeiros' só poderão se juntar ao resto da Seleção a partir de quinta-feira. O zagueiro Lúcio (Bayer Leverkusen) e o lateral Roberto Carlos (Real Madrid) também jogam quarta-feira. Seus respectivos times se enfrentam em Glasgow (Escócia), pela decisão da Copa dos Campeões Uefa.

O maior problema de Felipão o espera em Barcelona. O meia Rivaldo, que defende o azul e grená da Catalunha, ainda sente dores no joelho. Ele será avaliado pelo médico José Luiz Runco. A excursão à Espanha será fundamental para determinar se Rivaldo poderá ou não defender o Brasil na Copa. Apesar de reclamar do joelho, o atleta afirmou que poderá disputar o Mundial.

Vacina e arranhões - O embarque começou no Rio de Janeiro, com o pessoal da comissão técnica e alguns jogadores, inclusive os 'estrangeiros' Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho – que já descansavam no país. O avião passou em São Paulo para o embarque de mais atletas, entre eles Kaká, Belletti, Rogério Ceni (que jogaram à tarde, pela final do Torneio Rio-São Paulo) e Marcos.

Antes da viagem, nos próprios aeroportos (Galeão, no Rio, e Cumbica, em São Paulo), todos os membros da Seleção foram vacinados contra o sarampo, febre amarela e rubéola. Como o sarampo é considerado erradicado no Brasil (o último caso foi registrado em novembro de 2000), e o vírus continua atacando no oriente, a Fundação Nacional da Saúde (Funasa) decidiu prevenir uma 'importação' do sarampo pelos jogadores. A vacinação se estenderá aos jornalistas credenciados e turistas que forem acompanhar a Copa na Coréia e no Japão.

No Rio, terra do atacante Romário, Scolari e a comissão técnica tiveram de ouvir um grupo de aproximadamente 100 torcedores pedir a presença do atacante vascaíno no grupo. As vaias só pararam para os aplausos aos dois Ronaldos. Ambos foram unânimes em afirmar que preferem sair do Brasil com a Seleção cotada abaixo de França e Argentina. "O negócio é chegarmos lá, mostrarmos nosso futebol e voltarmos com o título", disse Ronaldinho Gaúcho.

Em São Paulo, o clima foi mais ameno. Os torcedores que foram a Cumbica manifestaram apoio aos jogadores da Seleção. O mais assediado foi Kaká. Tietes quiseram agarrá-lo e quase amassaram o terno dele. "Não tem problema. Isso mostra que a torcida tem carinho e está confiante com a Seleção", disse o meia do São Paulo.