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Startup criada na região dá voz a adolescentes

Por meio de lives, jovens podem falar e ser ouvidos gratuitamente por diversos especialistas

Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
07/07/2020 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


Fatia da população que sente severamente os efeitos da pandemia é a dos adolescentes. Muitos, desconexos dos próprios familiares, têm no ciclo de amigos apoio para desabafar. Dar voz a eles foi um dos motivos que impulsionou a educadora, orientadora educacional e psicopedagoga de São Bernardo, Mônica Paiva Fragato, 50 anos, a criar aplicativo focado na juventude. A ideia é que o usuário possa abrir uma live e falar sobre o que quiser, do outro lado estarão orientadores educacionais e especialistas em coach emocional dispostos a ouvir e ajudar.

A ideia da especialista foi posta à prova no início do ano, nos Estados Unidos, quando três investidores norte-americanos avaliaram 15 projetos e escolheram a ideia da são-bernardense, que pôde tirar os planos do papel. Batizado como Aproxima, tem versão experimental no Instagram (aproxima.app) e o atendimento é gratuito, com agendamento prévio.

Além de promover a interação entre a juventude, o projeto tem a missão de unir pais e filhos adolescentes. Mônica explica que as lives são livres, o jovem pode entrar em contato para agendamento e falar sobre qualquer assunto. “Já envolvemos 80 jovens diretamente desde o início da pandemia da Covid-19. Em três meses ganhamos 572 seguidores e vamos ganhar mais”, projeta.

“Notamos que a adolescência é uma fase onde os jovens chegam cheios de ansiedade e dúvidas quanto a várias coisas. Autoestima, gerenciamento das emoções, competição com amigos, obrigatoriedade de ter o corpo perfeito, de ser o melhor da sala, ou de ser o mais popular. E a família, muitas vezes, não acompanha esse ritmo dos filhos”, explica Mônica.

Na plataforma, tanto os jovens quanto os pais têm à disposição gama de profissionais parceiros para atendimento multidisciplinar, como psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, psicoterapeuta para adolescentes, por exemplo. O usuário só paga se precisar de consulta, que é oferecida com valor reduzido.
Tânia Soterrone, 50, de São Bernardo, conseguiu ajuda por meio do Aproxima. Ela explicou a situação de seu filho, Emanuel, 18. “Além de todas as dúvidas e angústia que esta etapa traz aos jovens, meu filho, com depressão e em crise de transtorno afetivo bipolar, não sentia a menor vontade de ir para a escola, lugar no qual eu, como diretora, sempre acreditei na missão e em nossos valores aplicados. Aquilo não fazia o menor sentido para ele”, revela. “Foi assim que o Aproxima fez sentido com projeto moldado de acordo com a minha necessidade. Gradativamente meu filho foi se transformando”, afirma Tânia. Segundo Emanuel, a consultoria foi essencial para retomada da autoestima e autoconfiança.

O Aproxima, foi pensado antes de a pandemia da Covid-19 tomar conta do Brasil e do mundo. E para Mônica, no fim das contas, o projeto chega em hora devida. “Com todo esse distanciamento, o Aproxima ganhou espaço bacana na vida dos jovens. Estou vendo que as ações são muito assertivas e esse apoio de orientação educacional para pais e adolescentes trouxe um novo olhar para esse momento”, diz. 




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