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O adeus da fotógrafa poeta

HEVERLY JANE LERES ANDA VELO (Santo André, 21-2-1959 – 8-5-2020)

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
13/05/2020 | 00:10
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“(...) daí o brilho dos olhos d’água – de mágoa – se apaga porque o rio hoje não é como antigamente. Hoje o rio em seu leito jaz.”

Heverly, do poema Anuviado, sua colaboração ao livro As Cidades Cantam o Tamanduateí que Passa, projeto ecológico da Prefeitura de Mauá, 2003.


A sensibilidade marcou a passagem de Heverly pela vida, pelas cidades de Santo André e Mauá e pela Refinaria de Capuava, em Mauá, onde desenvolveu carreira, destacando-se na área de comunicação, excelente repórter-fotográfica que era.

Na vida, compôs poemas; em Santo André, observou belezas em paisagens rotineiras, que muitas vezes passam despercebidas, como a casinha que fotografou na Rua Cesário Mota – motivo de crônica enviada em 2008 à página Memória.

Na Recap, Heverly fez um ensaio fotográfico que ilustrou o livro sobre os 50 anos da companhia, em 2004: ela conseguiu colocar, em primeiro plano, flores nas imagens eternizadas dos equipamentos pesados de uma refinaria.

Heverly Jane Leres Anda Velo, filha de Koithi Anda e de Zinethi Conceição Leres Anda. Viúva de Marco Antonio Velo, parte aos 61 anos.

Deixa a mãe, de 78 anos, e os filhos Atila Anda Velo, publicitário, e Liege. Foi sepultada no Memorial Jardim Santo André.

O texto que se segue é de Heverly. Escrevíamos: “Andreense, mauaense, universal, Heverly caminhava pelo Centro com seu olhar de poeta e começou a clicar Santo André. O resultado está na foto. E no texto que se segue”.

Se esta casa
fosse minha (*)
Texto: Heverly Velo
Se eu ganhar na Mega-Sena esta semana, vou comprar esta casinha, restaurá-la e transformá-la num ponto histórico-cultural. Ela fica na Rua Cesário Mota. Parei, me apaixonei, saquei minha maquininha fotográfica fraquinha da bolsa e registrei este momento de paixão e lástima, ao mesmo tempo, pois sei que logo, logo, alguém a derruba e transforma em estacionamento.

Triste que não consigam ver a beleza da casinha nem a importância histórica dela. Mas tenho certeza de que você concorda comigo.
(*) Texto publicado em Memória, edição de 1º de agosto de 2008.

Diário há meio século
Quarta-feira, 13 de maio de 1970; ano 12; edição 1232
Manchete – Violentos combates: Israel invade o Líbano
Censura – O escritor Érico Veríssimo expressava sua repulsa ao decreto-lei número 1.077 do presidente Medici que instituía a censura prévia a livros e periódicos.
Veríssimo escrevia: “O espírito de Hitler e Goebbels se ergue dos escombros do Terceiro Reich e fala pela boca do ex-chefe integralista Plínio Salgado”.

Em 13 de maio de...
1825 – Portugal reconhece a Independência do Brasil. Declara dom João VI, em documento: o Reino do Brasil seja daqui em diante tido, havido e reconhecido com a denominação de Império.
1920 – Feriado e dia santo de guarda comemorativo à promulgação da Lei Áurea, que aboliu a escravatura no Brasil.
Nos quartéis são postos em liberdade os inferiores presos por medidas disciplinares.
Circulava o segundo número do jornal A Obra, dedicado à data da emancipação dos escravos.
1925 – Fundado, em São Caetano, o Cerâmica Futebol Clube.
1930 – Clube de Xadrez de Santo André celebra festa comemorativa ao 13 de Maio na Granja Martinelli. Irmãos Martinelli oferecem um boi para o churrasco.
- Inaugurada a nova estação inicial da Estrada de Ferro Sorocabana, atual Júlio Prestes, onde está a Sala de Concertos São Paulo.
1960 – A Comissão Executiva Soviética de Intercâmbio de Produtos visita a Cofap-Thompson – Cia. Fabricadora de Peças, em Santo André. Seus integrantes são recebidos pelo presidente da Cofap, Abraham Kasinski.
1985 – CTBC (Companhia Telefônica da Borda do Campo) considera inviável a sua absorção pela Telesp.

Santos do dia
- Gliceria. Mártir
- Nossa Senhora de Fátima. Nesta data, em 1917, na cova de Iria, em Portugal, a Virgem Maria apareceu a três pastorzinhos: Lúcia, Francisca e Jacinta. É uma linda história, conhecida, mas que merece ser sempre lembrada. A história de Nossa Senhora de Fátima.

Município paulista
- Hoje é o aniversário de Cajobi. Elevado a município em 1926, quando se separa de Olímpia.

Etianos (Lembranças dos que estudaram na Escola Técnica Industrial Lauro Gomes (ETILG), depois ETE e Etec, em São Bernardo)
ANDRÉ MORACA
Eletrônica – Turma de 1984
Na infância, após um vizinho me mostrar o brinquedo Engenheiro Eletrônico, tive como objetivo estudar e trabalhar com eletrônica. Escolhi a ETI para iniciar esta jornada. Era uma longa viagem, afinal, morava e moro no bairro paulistano da Mooca: Metrô e ônibus, duas horas para ir e duas para voltar.
Ingressei na Vasp como estagiário, fiquei sete anos na viação aérea trabalhando na manutenção de equipamentos de teleprocessamento.
Trabalhei dois anos numa firma com manutenção de equipamentos de raios X hospitalar e, em 1994, abri minha própria empresa nesse segmento. Em paralelo, fiz faculdade de engenharia (formado em 1994) e ciências contábeis (2002). Aprendi a administrar a empresa, vender, liderar pessoas, sempre atento aos movimentos econômicos do país. A Lauro Gomes foi o grande diferencial que tive na vida. 




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