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Sto.André inaugura 1º hospital de campanha

Complexo Esportivo Pedro Dell’Antonia terá 180 vagas para desafogar sistema de saúde

Derek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
16/04/2020 | 00:01
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André Henriques/DGABC


O prefeito de Santo André Paulo Serra (PSDB) realizou ontem a liberação dos leitos do hospital de campanha montado no ginásio principal do Complexo Esportivo Pedro Dell’Antonia. O local está apto a receber, a partir de hoje, os pacientes com todos os graus de complexidade do novo coronavírus encaminhados pela rede pública municipal que, segundo o chefe do Paço andreense, está com 80% das UTIs ocupadas – a cidade conta com 115 leitos públicos.

Este é o primeiro equipamento do tipo entregue no Grande ABC e colocará 180 leitos à disposição. Até o fim da próxima semana, a estrutura montada no Bruno Daniel estará pronta (com mais 120 acomodações) e, no início de maio, a quadra poliesportiva da UFABC (Universidade Federal do ABC) também será liberada (mais 100 vagas). O total de leitos chegará a 400 para casos de baixa, média e alta complexidades.

“Nossa função é cuidar das pessoas. Medidas antecipadas precisaram ser tomadas para que a gente chegasse neste momento e não corresse o risco de não ter capacidade de atendimento. A gente ainda corre risco, porque não sabe a velocidade da curva. A quarentena vem surtindo efeito positivo, a curva, efetivamente, se achatou, a velocidade de contágio diminuiu, mas temos longo caminho pela frente para entender qual foi o efeito real desse isolamento, que tem se mantido em 60% (leia mais na página 3) na cidade e 75% no transporte público”, comentou o prefeito. “Não dá para ficar esperando, então deixamos os equipamentos preparados rezando para que não fossem utilizados, mas tudo indica que, lamentavelmente, a partir do fim de semana o local deve iniciar atendimentos, porque estamos com 80% dos leitos ocupados com (pacientes da) Covid-19 ou com sintomas que podem ser confirmados”, acrescentou Serra.

O prefeito ainda alertou às pessoas que sintam algum dos sintomas da Covid-19 que procurem os hospitais, estes que, dependendo de avaliação, vão encaminhar para os hospitais de campanha. “Aqui não tem atendimento direto aos pacientes. São leitos para recepcionar quem é atendido no CHM (Centro Hospitalar Municipal), Hospital da Mulher, UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) e Unidades de Saúde. Se a pessoa estiver com sintoma, qualquer característica relacionada à Covid-19, deve procurar a rede de saúde. Aqui é suporte extra por conta do número de leitos que poderão ser ocupados pela epidemia”, declarou.

Secretário projeta necessidade de 3.500 UTIs

As projeções realizadas pela Prefeitura de Santo André indicam que poderão ser necessários 3.500 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para combater a Covid-19, deficit grande se considerados os 337 já existentes na cidade (contando redes pública e privada) e os que estarão à disposição com os hospitais de campanha. Ao menos são as contas apresentadas pelo secretário de Saúde, Márcio Chaves (PSD).

“Se a gente precisar usar (os hospitais de campanha) é porque a situação se agravou e a cidade deixou de ter capacidade nas estruturas oficiais. Importante ter sempre claro que a cidade conta, no sistema oficial, com 337 leitos de UTI. Nossa expectativa, se atingida a trajetória da curva, vamos precisar de 3.500 leitos de UTI. Por isso, é fundamental as pessoas ficarem em casa para que a gente tenha condições de atender, da forma mais confortável, o conjunto das pessoas que ficarem doentes”, afirmou. “A quarentena serve para que a gente tenha exatamente este período para se preparar: construir estruturas, viabilizar equipamentos e medicamentos”, emendou.

Segundo Márcio Chaves, a estrutura inaugurada ontem no Pedro Dell’Antonia é completa. “A UTI conta com respiradores, monitores paramétricos, oxímetro, cardioversos, bombas de infusão. Já os demais leitos são clínicas médias de baixa e média complexidades e contam com oxigênio por catéter, que são para patologias mais moderadas”, disse.

Segundo o secretário, os hospitais de campanha reunirão até 600 profissionais de saúde, contratados aproveitando processos seletivos realizados recentemente e chamamentos públicos. “É uma equipe multiprofissional. São médicos clínicos e intensivistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas respiratórios, assistente social, psicolólogo, farmacêutico, técnico de farmácia, enfim, equipe multiprofissiona".




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