Economia Titulo Economia
Comércio já atende a decreto de fechamento

Medida estadual passa a valer hoje, mas estabelecimentos da região começaram a parar ontem

Flavia Kurotori
do Diário do Grande ABC
24/03/2020 | 00:03
Compartilhar notícia


O comércio da região começou a cerrar as portas ontem. O decreto estadual, anunciado no sábado, prevê fechamento dos estabelecimentos de hoje até o dia 7 de abril. Podem funcionar os segmentos de alimentação (apenas para viagem ou entrega), supermercados, açougues e hortifrúti, saúde (farmácias e clínicas), pet shops e qualquer tipo de manutenção e reparo de veículos. A fiscalização dever ser feita pela GCM (Guarda Civil Municipal).<EM>

A Prefeitura de Santo André antecipou e decretou o fechamento do comércio desde ontem. Entre a população, a iniciativa divide opiniões. O cabeleireiro Jorge Carvalho, 30 anos, teve que baixar as portas do salão que mantém no Parque Novo Oratório. “Infelizmente, precisei fechar. Vou buscar clientes para atender em domicílio e vender produtos para o cabelo em delivery”, comentou.

Proprietária de um pet shop na Vila Curuçá, Raquel Souza, 35, avaliou a medida como positiva, ainda que observe queda de 70% nas vendas. “Eu já vendia alguns itens pela internet, por meio das redes sociais, agora é reforçar essas vendas para não ficar tanto no prejuízo”, explicou.

Já na Rua Coronel Oliveira Lima, no Centro, apesar de as lojas estarem com as portas fechadas, a circulação de pessoas era grande, inclusive, idosos. “Acho fundamental que as empresas se adaptem a trabalhar de casa. Se nós estamos nos mobilizando, os cuidados precisam ser redobrados com os idosos, pois o que vemos hoje são muitos (idosos) na rua” relatou a gerente de RH Mariana Valência, 32.

A Rua Marechal Deodoro, no Centro de São Bernardo, está fechada para o tráfego de carros, apenas os cruzamentos estão liberados. A medida foi tomada para evitar aglomeração de pessoas.

A recepcionista Érica Gonçalves, 29, sabia do fechamento dos comércios, mas foi pega de surpresa pelo funcionamento dos bancos. “Eu precisava sacar um cheque, mas eles disseram que não é possível no momento.”

A aposentada Vilma Amador Vigilato, 58, foi até a rua comercial são-bernardense em busca de medicamentos e álcool gel. “O que é isso? Eu sabia que o comércio estava fechado, mas não imaginava que seria sério assim”, disse.

Em São Caetano, o cenário não era diferente. Na Rua Santa Catarina, no Centro, as lojas estavam fechadas. Proprietário de uma lanchonete, Carlos Souza, 47, destacou que, desde a última semana, o movimento vinha caindo e, no domingo, apenas duas pessoas entraram no comércio. “Já prevejo que vou precisar fechar, não pelo decreto, até porque estou autorizado, mas por falta de movimento mesmo. Hoje (ontem) pela manhã, inclusive, já estava correndo atrás de empréstimo”, contou.

A Prefeitura de Diadema também decretou o encerramento das atividades comerciais temporariamente desde ontem. Contudo, alguns munícipes não sabiam da medida. Lucimara Souza, 32, buscava serviço bancário, mas foi orientada a tentar atendimento pelos canais digitais. Mesmo sem conseguir atendimento, ela avaliou o fechamento do comércio como positivo.

Em Mauá, no Centro, pelo menos 90% do comércio estava fechado. “É uma ação necessária para precaver a manifestação da doença (Covid-19)”, afirmou a desempregada Giovana Sousa, 20.

Cuidadora, Pâmela Silva, 23, defendeu que “é apropriado fechar o comércio”. “Cada um precisa da sua renda, mas é por um bem maior, é pela saúde de todos”, afirmou. “O terminal (de ônibus da cidade) está bem mais vazio, tem pelo menos metade de passageiros a menos”, observou.

O taxista mauaense Paulo Rogério Domeneghetti, 40, comentou que, desde a semana passada, o movimento caiu “bruscamente”. “Com o fechamento do comércio e o isolamento, estamos fazendo no máximo quatro corridas por dia. Em um dia normal, chegamos a fazer até 15”, detalhou.
(Colaboraram Aline Melo e Yasmin Assagra) 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;