Pesquisa aponta valor médio que famílias do Grande ABC devem desembolsar neste ano
As famílias do Grande ABC pretendem desembolsar uma média de R$ 425 com a ceia natalina deste ano. Para a maioria, o valor deverá permanecer o mesmo em relação ao ano passado, o que é resultado da estagnação do cenário econômico e do próprio mercado de trabalho.
Os dados são da PIC (Pesquisa de Intenção de Compras) da Universidade Metodista de São Paulo e foram divulgados ontem. Esta foi a primeira vez que este recorte foi realizado.
Apesar de, na média, o valor gasto chegar a R$ 425, os números apontaram que 9% dos entrevistados pretendem desembolsar até R$ 100; 69%, entre R$ 100 e R$ 500; e 22% pretendem gastar mais do que R$ 500. Além disso, 51% do total afirmaram que vão gastar a mesma quantia que no ano passado, sendo que 36% vão desembolsar mais e, 13%, menos.
Para o coordenador de estudos do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio, que também é o responsável pelo levantamento, os números são “um reflexo da retração de massa salarial e também do nível de emprego, que é o que a gente observa no presente”. Ele completou que eles também mostram “que o poder de compra na região ainda não foi recuperado”.
Embora a inflação acumulada nos 12 meses até novembro, de 3,27%, conforme o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), não esteja nos patamares mais altos, a expectativa é a de que mesmo com a intenção de gasto similar à de 2018, as pessoas deverão acabar consumindo menos na refeição de Natal. “Talvez em volume menor e qualidade inferior. Ou seja, as pessoas vão continuar comendo panetone, mas um de marca mais barata. E as frutas da época, mas as de menor preço. As famílias devem ter a composição e a quantidade dos produtos da ceia alterados”, explicou.
Em relação aos principais itens que estarão presentes na mesa das famílias da região na ceia natalina, a ave assada, que pode ser um chester ou peru, será obrigatória para 74% do total. Em seguida, aparecem frutas (69%), pernil assado (66%), farofa (61%) e panetone (60%).
Mesmo com o valor da carne bovina em alta, inclusive sendo a principal impulsionadora da inflação de novembro, ao registrar alta de 8% no mês e 12% no ano, Maskio acredita que a opção pela ave não seja impactada, mas sim o churrasco da véspera ou do almoço do dia seguinte. “Ele deverá ser feito, mas com uma menor quantidade do que nos anos anteriores, assim como com qualidade inferior dos cortes”, afirmou.
PRESENTES
Conforme divulgado pelo Diário na semana passada, o valor médio que os consumidores da região estão dispostos a pagar por presente é de R$ 132. O montante representa uma queda real (já com a inflação descontada) de 21,5% em relação ao Natal de 2018. Os gastos totais de uma família (o que inclui mais de um presente) chegarão a R$ 406 em média, ou queda de 4%.
Maskio afirma que o cenário mostra que as famílias preferem cortar o valor desembolsado com o presente em vez dos itens para a ceia. “No momento atual da situação econômica, é natural que as famílias façam uma escolha. Então, por exemplo, ela pode optar por comprar um par de meias no lugar de outra peça de roupa, ou uma lembrança mais simples. Pode ser que a família priorize continuar fazendo uma boa ceia, ainda que com menor fatura”, destacou o especialista.
Os dados da PIC também mostram Natal mais magro para os comerciantes do Grande ABC. A estimativa para os sete municípios é a de que os gastos com presentes movimentem R$ 286 milhões – queda real de 4% em relação aos R$ 291 milhões de 2018.
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