Deputados de vários partidos se articularam para evitar que as investigações sejam apuradas no Congresso. Com exceção do PPS, do Psol e do PSDB, os líderes partidários não deram aval para a criação de uma CPI Mista, de deputados e senadores, para investigar o resultado até agora da apuração.

Mesmo sem a concordância da maioria dos líderes, os deputados Augusto Carvalho (PPS-DF) e Júlio Delgado (PSB-MG) começaram a recolher as assinaturas para duas CPMIs: uma para a Operação Navalha e outra para a Operação Furacão.

No entanto, a Câmara decidiu requisitar o inquérito da Operação Navalha. A decisão dos líderes poderá acabar em um gesto político. Chinaglia afirmou que não há garantia de que o Poder Judiciário envie o processo, que corre em segredo, mas que a Câmara tem o direito de requisitá-lo.

Em um “debate acalorado”, como definiu o líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), os líderes e o presidente da Casa avaliaram, em reunião que durou três horas e meia, que o melhor a fazer era ver o que havia de concreto sobre uma suposta lista de deputados no inquérito da PF do que esperar as informações pela imprensa.

Liberdade - Das 47 pessoas presas na Operação Navalha, 19 já estão soltas. A maioria delas recuperou a liberdade após prestar depoimento à ministra Eliana Calmon, que é a relatora do inquérito aberto no STJ (Superior Tribunal de Justiça) para apurar a existência de um esquema de fraudes em licitações públicas.

A libertação dos presos após os depoimentos já era esperada. Ao soltá-los, a ministra concluiu que eles tinham colaborado com as investigações. A expectativa é de que Eliana Calmon revogue todas as prisões após ouvir os suspeitos. Os depoimentos no STJ devem terminar nesta quinta-feira.