A Prefeitura de Mauá deu mais um passo rumo à terceirização do Hospital Municipal Doutor Radamés Nardini. O prefeito Oswaldo Dias (PT) publicou ontem a homologação da lei que transfere a gestão do local a uma organização social. Segundo funcionários da Secretaria de Saúde, a expectativa é que o processo seja iniciado em, no máximo, 90 dias.

Para viabilizar o repasse de verba destinado à área, o secretário de Saúde e vice-prefeito Paulo Eugenio Pereira Júnior (PT) reuniu-se ontem com o coordenador da Saúde Regional da Secretaria Estadual de Saúde, Luiz Maria Ramos Filho. Paulo Eugenio buscava aumentar a verba destinada à manutenção do hospital pela CIB (Comissão Intergestores Bipartite), que é um fórum de negociação entre o governo do Estado e os municípios.

Além disso, Oswaldo também teria conseguido emplacar em Brasília -, durante a marcha de prefeitos na última semana - a remessa de verbas para pagar o novo convênio para o gerenciamento do hospital.

A iniciativa de buscar novas subvenções acontece pelos problemas nas finanças municipais. As verbas ajudariam a atrair organizações para participar da concorrência.

A Fundação do ABC, principal entidade interessada em assumir o pronto-socorro, participou de reuniões na secretaria de Saúde do Estado para conversar, entre outros assuntos, sobre o plano para recuperação do hospital e convencer o governo a participar da empreitada.

Envolvidos no processo de regularização do atendimento do Hospital Nardini informam que, após os encontros, o governo estadual mostrou interesse em colaborar com a reestruturação da unidade. A ideia é manter o auxílio, sem fazer alarde quanto a valores ou prazos. O próprio secretário de Saúde do Estado, Luiz Roberto Barradas Barata confirmou os encontros no início de julho.

Apesar do interesse da organização, a Prefeitura deve abrir concorrência para escolher a nova entidade. O processo de escolha assemelha-se com o de uma licitação e deve levar cerca de um mês para ser concluído. Com isso, a nova parceria do município só deve ser conhecida em meados de novembro.

Contratação - No fim de março, a fundação declarou que, para assumir o controle do Nardini seria necessário adotar ações prioritárias para a recuperação do local. Entre elas, a contratação de 180 profissionais para atuação imediata no pronto- socorro e investimento de R$ 3,8 milhões em obras. Na época, foi calculado um período de 18 a 24 meses para que a unidade hospitalar voltasse a funcionar a contento.

Procurada, a Secretaria de Saúde do Estado e a Prefeitura não se manifestaram sobre o assunto.