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Eleição pode embaralhar alianças do Grande ABC

Possíveis uniões partidárias na disputa ao Estado deixariam adversários no mesmo palanque

Júnior Carvalho
do Diário do Grande ABC
03/01/2018 | 07:00
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Celso Luiz 5/10/14


Possíveis alianças para as eleições deste ano em São Paulo podem embaralhar o tabuleiro partidário no Grande ABC. Figuras políticas da região que são adversárias em âmbito municipal podem ter de subir no mesmo palanque na disputa pelo governo do Estado no próximo ano.

Esse conflito atingirá, principalmente, o PCdoB, que na região faz sustentação a governos do PSDB e de outros partidos aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB), mas que historicamente caminhou com as candidaturas do PT ao Palácio dos Bandeirantes. Os comunistas estão aliados a rivais do petismo em São Bernardo, no governo Orlando Morando (PSDB); em Diadema, na gestão Lauro Michels (PV); e em Mauá, que dá amplo apoio à administração de Atila Jacomussi (PSB).

Nessas três cidades, os prefeitos são adversários declarados do PT, mas poderão ver seus aliados e até os próprios secretários pedirem votos ao ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho, pré-candidato a sucessão de Alckmin e presidente do PT paulista.

Homem-forte do governo Atila em Mauá, o presidente do PCdoB mauaense e secretário de Governo, João Gaspar, pondera que o partido ainda não fechou apoio a Marinho, mas sustenta que eventual aliança com o PT – que faz oposição ao governo Atila na cidade – a nível estadual não estremecerá a relação com a gestão Atila. “É bom ter claro que nossa aliança em Mauá é exclusivamente local e se restringe ao governo Atila”, frisou, ao descartar a possibilidade de o partido na cidade se rebelar contra adesão a projetos petistas por conta da rivalidade a nível local. “O PCdoB é um partido de orientação única. Não existe uma decisão do diretório estadual e outra do de Mauá”, emendou. Gaspar classifica, porém, como “muito interessante” a candidatura do PSB, que terá o vice-governador Márcio França, no exercício do cargo de titular, como candidato.

O PCdoB vem apoiando nomes do petismo nas eleições ao governo paulista há pelo menos 27 anos. Nas sete últimas disputas no Estado, o partido esteve no arco de alianças do PT: em 1990 apoiou Plínio de Arruda Sampaio; esteve com José Dirceu em 1994, Marta Suplicy (1998); José Genoino (2002); Aloizio Mercadante (2006 e 2010) e Alexandre Padilha (2014).

Apesar das alianças históricas com o petismo, o PCdoB paulista aprovou resolução neste mês que, além da candidatura de Marinho, cogita textualmente apoio ao projeto de Márcio França. “Devemos incentivar abertamente a divisão do campo do atual governo (Alckmin) que se expressa na candidatura do PSB. Pela primeira vez nas duas últimas décadas, o PSDB disputará o governo estando fora do exercício de governador e tendo no cargo um concorrente no pleito. Essa dissidência é o fato novo central da disputa no Estado. Devemos conversar amplamente com as candidaturas postas, a de Luiz Marinho, de Márcio França e de (Gabriel) Chalita (PDT)”, diz o documento aprovado pelo comitê estadual do partido. 




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