Segundo a Rádio CBN, Aguiar tem 60 dias para dar um parecer sobre a situação financeira do Banco Santos. O controlador da instituição, Edemar Cid Ferreira, se encontra com o interventor ainda nesta semana. Ele afirma que não há motivos para a intervenção e contesta o valor da dívida do banco apresentada pelo BC. No sábado, o diretor de Fiscalização do Banco Central, Paulo Cavalheiro, afirmou que o Banco Santos precisa de um investimento de R$ 700 milhões para voltar a funcionar. Cid Ferreira afirma que o valor não deve chegar a R$ 200 milhões.

O Banco Santos informou que vai encomendar um estudo para convencer o BC sobre a possibilidade de o débito seja quitado nos próximos meses. Ricardo Tepedino, advogado do Banco Santos, afirmou que por enquanto não há venda efetiva do Banco Santos, mas que o controlador pretende mesmo vender a instituição.

Nesta terça, o Banco Central determinou o fechamento de todas as agências do banco. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) também pediu a suspensão, pelo prazo de 30 dias, de toda a movimentação dos fundos do banco, incluindo aplicações e resgates. Em 15 dias, a CVM espera receber as informações do interventor sobre a situação desses fundos e as providências que serão tomadas.

O FGC (Fundo Garantidor de Crédito) anunciou que vai desembolsar R$ 21,7 milhões para indenização dos 700 correntistas, entretanto, o valor cobre apenas 1,1% do saldo devedor, que é de R$ 1,979 bilhão. Em outras ocasiões, a entidade já conseguiu ressarcir 99,3% dos clientes do Bamerindus (1997) e 97,4% dos clientes do Banorte.

Segundo o diretor executivo do fundo, Antonio Carlos Bueno de Camargo Silva, a cota da instituição será menor porque a maioria dos clientes possuíam pouco valor aplicado.

O Banco Central descobriu também que o banco não tinha mais patrimônio de R$ 600 milhões, como alegava, mas sim um patrimônio líquido negativo de R$ 100 milhões. Os depósitos a prazo do Banco Santos somam cerca de R$ 1,8 bilhão, segundo o Banco Central. Os recursos não poderão ser sacados pelos clientes — o limite para retirada pelo seguro bancário é de R$ 20 mil.

O Banco Santos, que atende empresas e prefeituras, pode ser vendido, a partir de uma liquidação extrajudicial, decretar falência ou receber um aporte financeiro para cobrir o rombo.