Poucos minutos depois do anúncio do acordo, se ouviu no plenário da comissão o som de bombas. Logo os agentes penitenciários que estavam do lado de fora em vigília para garantir a aprovação do destaque invadiram com fúria o recinto.
Os policiais legislativos não conseguiram segurar o avanço dos manifestantes nem com o uso de spray de pimenta. Os agentes invadiram a comissão aos berros, pedindo o fim da sessão e acusando os parlamentares de os terem tratado como moleques. Ironicamente, os policiais legislativos já haviam sido contemplados com a aposentadoria especial negada aos manifestantes.
Pelo menos uma das bombas foi jogada dentro da Câmara. Os agentes ameaçaram tomar o plenário principal, mas foram contidos no início do túnel que dá acesso ao local. Durante toda a votação da proposta, era possível ouvir os gritos e os apitos do lado de fora da Câmara. Mesmo assim, a segurança na entrada não foi reforçada.
Muitos dos agentes penitenciário que conseguiram entrar no plenário da comissão especial faziam transmissões ao vivo via celular da invasão. Deputados da oposição, contrários à reforma da Previdência, aproveitaram e também fizeram transmissões ao vivo.
Quem presenciou o momento exato da invasão relata que havia apenas dois policiais legislativos guardando a entrada do anexo 2 da Câmara, onde ficam os plenários das comissões. A invasão foi rápida, mas o presidente da comissão especial, Carlos Marun (PMDB-MS), e o relator da proposta, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), conseguiram ser retirados com segurança do plenário.
As ameaças do agentes penitenciários não se restringiram ao plenário da comissão. Eles prometeram parar o Brasil caso não consigam a aposentadoria especial. O deputado Arnaldo Faria de Sá, autor da emenda que concederia o benefício à categoria, já havia alertado para esse risco, lembrando a crise penitenciária vivida em vários Estados no início do ano. Com a invasão, os agentes acabaram conseguindo o que queriam: interromper a votação.
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