O esporte brasileiro sofreu duro golpe ontem. Cesar Cielo, principal nadador da atualidade, foi pego no exame antidoping. A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) confirmou que foi encontrada a substância furosemida na urina do atleta durante a disputa do Troféu Maria Lenk, no Rio de Janeiro, em maio. Outros três nadadores brasileiros, Nicholas Santos, Henrique Barbosa e Vinícius Waked, testaram positivo.

Assim que soube do episódio, o médico da CBDA, Marcus Bernhoeft, saiu em defesa de Cielo. "Ele usa cafeína como suplemento. Ela é feita em farmácia de manipulação e de repente pode estar contaminada. Isso que foi bem esclarecido pela equipe do Cielo", declarou o médico.

Cielo confirmou o uso do suplemento e mostrou surpresa com o resultado. "Sempre fiz uso desse suplemento e nunca um controle feito anteriormente apresentou problema. Pela segurança que tenho na utilização desse suplemento, creio que este resultado tenha sido um fato isolado. Por causa dessa mesma confiança, outros atletas também fizeram uso do suplemento. Fato que nos ensina muito", comentou o nadador em nota oficial.

No fim da tarde, a famárcia onde o nadador compra o suplemento, em Santa Bárbara D'Oeste (SP) - cidade natal de Cielo -, assumiu que houve contaminação por furosemida na manipulação da cafeína.

Os quatro nadadores envolvidos recusaram o direito de realizar uma segunda amostragem. Os argumentos usados pelos atletas foram aceitos pelos integrantes do Painel de Controle de Doping, instaurado ontem na CBDA, para apurar o caso. Segundo comunicado, a entidade, "optou por advertência aos quatro atletas uma vez que não foi identificada culpa ou negligência por parte dos mesmos."

A punição aos atletas foi a perda dos resultados obtidos durante o Troféu Maria Lenk.Desta forma, Cielo está liberado para disputar o Mundial que acontece em um mês, em Xangai (China).

Inofensivo, diurético já puniu outros atletas brasileiros

Embora não traga benefício considerável aos atletas, a furosemida, tipo de diurético, é proibida porque pode mascarar o uso de outras substâncias dopantes. Após a ingestão, o remédio se manifesta em até três horas. Por constar em vários medicamentos, a furosemida já causou sérios problemas para atletas brasileiros.

Um dos casos mais polêmicos e recentes foi o doping da ginasta Daiane dos Santos. Em 2009, ela foi flagrada pelo uso da substância em exame surpresa. Mesmo alegando que a furosemida foi ingerida junto com remédio para emagrecer, a brasileira foi punida e ficou cinco meses longe das competições.

Outros competidores cometeram o mesmo erro. Também em 2009, a triatleta Mariana Ohata testou positivo para substância e como era reincidente pegou seis anos de suspensão. No ano passado, o goleiro Renê, do Bahia, também foi pego no exame.