A executiva estadual do PTdoB analisará o caso do vereador de São Bernardo Estevão Camolesi na quinta-feira. O parlamentar divulgou apoio a candidaturas tucanas no pleito de outubro e desagradou seu partido. Agora, corre o risco de ser expulso da legenda.
Camolesi foi notificado pela direção municipal a responder, por escrito, os motivos de aderir às campanhas do deputado estadual Orlando Morando (PSDB), que tentará a reeleição, e do ex-prefeito William Dib (PSDB), que buscará vaga na Câmara Federal.
Juntamente com a resposta, o trabalhista pediu para que a executiva paulista do PTdoB, instância superior em relação ao seu cargo de vereador, avaliasse a situação. A medida está prevista no estatuto do partido e foi atendida pela comissão de ética que acompanhava o caso em São Bernardo.
Há dois meses, o parlamentar convocou a imprensa durante sessão na Câmara para informar sobre a decisão de colaborar com Morando e Dib "por amizade".
Na ocasião, Camolesi afirmou que a sigla não havia definido suas candidaturas, não recebeu orientação alguma e não foi informado sobre nenhuma pretensão de políticos do PTdoB em enfrentar as urnas neste ano.
O presidente municipal da legenda, Evandro de Lima, não confirmou o conteúdo da justificativa do vereador, mas é provável que os motivos alegados sejam semelhantes aos passados aos jornalistas.
"Não podemos divulgar nada. A questão será avaliada pela executiva estadual. A decisão pode sair já na quinta-feira, mas dependendo do entendimento da direção do partido pode haver convocação de testemunhas e outras ações para deixar tudo claro", discorreu Evandro, pré-candidato à Assembleia Legislativa.
Na pior das hipóteses, Camolesi pode ser expulso do PTdoB e a sigla requerer sua cadeira na Câmara. Também pode haver suspensão temporária do parlamentar ou apenas advertência. O vereador não foi encontrado para comentar o assunto.
DISCRIMINAÇÃO - O vereador Estevão Camolesi antecipou a decisão do partido e pediu ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) declaração de existência de justa causa para se desfiliar do PTdoB.
Ele alega que houve "grave discriminação pessoal" para deixar a legenda sem ser punido por infidelidade partidária. Evandro de Lima rechaça as acusações. A solicitação está sendo analisada.
O trabalhista reclama que após a eleição de 2008 não foi convidado para reuniões da cúpula do PTdoB, "mesmo tendo assento permanente na executiva municipal, em decorrência do seu cargo de vereador e de líder de partido na Câmara". O parlamentar ainda afirma que foi desrespeitado em diversas ocasiões e que passa por "processo de exclusão".
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.