As vendas de imóveis residenciais usados cresceram 13% em quatro municípios da região (Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema), além de Osasco e Guarulhos, em agosto, na comparação com o mês anterior. É o segundo melhor resultado da região no ano, que apresentou índice pouco superior em março (13,73%). No Estado de São Paulo como um todo, o crescimento foi de 9,85%, o maior do ano, segundo dados divulgados pelo Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis).

A pesquisa é feita em 37 cidades do Estado, divididas em quatro regiões. Por questões metodológicas, as quatro cidades do Grande ABC fazem parte do mesmo grupo com Osasco e Guarulhos. "Para termos uma amostragem significativa agrupamos cidades próximas", explicou Émerson Castello Branco, coordenador técnico da pesquisa.

As quatro cidades do ABC formam a região que apresentou melhor desempenho no Estado. A capital teve incremento de 11,49%, no interior o crescimento foi de 10,75% e no litoral, 3,21%. "O resultado do litoral foi baixo, o que influenciou o índice geral do Estado", disse Branco.

De acordo com o pesquisador, as cidades próximas da Capital, como os municípios do Grande ABC, podem obter resultados melhores que as outras regiões. "A pessoa tem a chance de conseguir preços melhores, em regiões próximas da Capital, sem ter de mudar de emprego, por exemplo", acredita.

Branco informou que as oscilações mensais dos índices, contudo, são comuns no estágio atual do mercado. "O setor está em recuperação, o que explica pequenas diferenças de um mês para outro e entre as regiões. Em relação a 2003, o mercado começa a reagir, como os outros segmentos da economia", disse.

As vendas à vista predominam nas quatro regiões pesquisadas, com 77,64% do total dos negócios fechados no litoral. O ABC, Guarulhos e Osasco formam o grupo em que as vendas feitas com financiamento foram mais altas, com 23,19% do total. A pesquisa considerou os financiamentos feitos pela Caixa Econômica Federal e demais instituições financeiras.

A faixa de imóveis mais procurada em todas as regiões vai até R$ 100 mil - 59,06% na Capital, 68,41% no interior, 75,88% no litoral e 80,43% no ABC, Guarulhos e Osasco. Nesta última região, os apartamentos e casas mais vendidos custam entre R$ 61 mil e R$ 80 mil e correspondem a 38,4% dos negócios fechados em agosto.

Oportunidade - O comerciante Alexande Tan, 38 anos, comprou um apartamento de três dormitórios, na Vila Bastos, em Santo André, no mês passado. Tan optou por um imóvel usado devido ao preço e à maior variedade. "Achei o preço dos novos um pouco mais alto. Na verdade, tive sorte. Encontrei um apartamento no tamanho certo e onde eu queria, com preço acessível e boas condições de pagamento", contou. Tan vai pagar em seis parcelas o valor de R$ 180 mil.

O comerciante, que veio de Fortaleza, também alugou um imóvel comercial no bairro Jardim, em Santo André, onde irá abrir um restaurante. "Pesquisei bastante para fechar os negócios, tanto a compra quanto o aluguel. É preciso procurar bem para achar boas oportunidades", disse.