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Shoppings liquidam roupas de inverno em 70%
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
16/07/2011 | 07:30
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No varejo, sobretudo nos shoppings, liquidações de inverno são os chamarizes usados pelos lojistas para atrair clientes, mesmo com apenas um mês de clima frio. Os descontos no vestuário batem a casa dos 70%. Assim, roupas que chegaram às vitrines com preço salgado ao consumidor em março - devido ao encarecimento do algodão em 248% de setembro de 2009 a este mês, quando as coleções dessa estação começaram a ser vendidas - ficam com preços vantajosos. Além de evitar que o estoque fique encalhado, lojistas estão preocupados porque neste ano as vendas não aumentaram em relação ao inverno passado.

Felipe Risse, sub-gerente de uma loja do Shopping Metrópole, em São Bernardo, diz que todas as peças foram remarcadas, com descontos que variam de 30% a 70%. E não pense que reduzindo nesse percentual há prejuízo à empresa. "Abaixando o preço nós lucramos porque aumentamos muito o volume de vendas. Fazemos isso para não ter de reduzir muito o valor, caso forme estoque", afirma, ao acrescentar que ainda há descontos progressivos na compra de mais de uma peça, somando-se às reduções já concedidas. Uma jaqueta que custava R$ 159 no início da temporada, hoje está por R$ 99 e pode sair ainda mais barato com a somatória dos bônus.

A sócia de um estabelecimento no Shopping Praça da Moça, em Diadema, concorda. "Perde-se menos com uma liquidação bem feita", diz ela, ao apostar que irá vender 30% mais neste mês ante julho de 2010. É o mesmo percentual que incrementou as liquidações de verão da sua loja de roupas, em janeiro. Ela acredita que a consolidação do shopping junto aos consumidores ajudou. O local foi inaugurado há pouco mais de dois anos.

Para Cláudia Ugoline, o consumidor já costuma sair de casa pensando no produto que irá comprar. No entanto, aproveita os preços mais baixos para fazer outras compras. Cita ainda que, mesmo com as variações no clima, a estação dura três meses, o que motiva as compras. "Neste ano estamos mais confiantes porque além da consolidação do shopping a economia está um pouco mais aquecida e as pessoas têm emprego. Têm mais dinheiro e por isso consomem mais."

O proprietário de roupas no Shopping Mauá, Filipe Plaza, desconta suas peças em até 25% para queimar estoque. Já lucra exatos 16% mais em julho e 27% na filial que tem no comércio local. Conta que, ajudando uma instituição social parceira, o desconto pula até 50%, o que é vantajoso para peças com valores maiores. "Este ano colaborou mais porque fazia tempo que não tínhamos um inverno tão intenso. Semana passada vendemos tão bem que, se fizesse mais três dias de frio, iríamos desovar todo estoque", comemora.

No Grand Plaza, em Santo André, os descontos variam de 20% a 70%.

 

Procon alerta sobre compras mais baratas

Com as liquidações ‘bombando' no Grande ABC, é preciso cuidado na hora de comprar. A dica é do Procon de Santo André.

Atraídas pelos preços baixos e variedade de peças, muitos consumidores acabam aderindo às promoções, mesmo sem ter dinheiro no bolso. Nesse caso, a alternativa é o cartão de crédito, que, usado de forma desenfreada e sem planejamento, pode levar ao endividamento desnecessário. E é aí que mora o perigo, segundo a diretora do órgão Ana Paula Satcheki. Comprar por impulso pode transformar a dívida numa bola de neve, tornando-a impagável.

Os juros cobrados pelas operadoras são elevados, batendo nos 200% ao ano, uma armadilha ao consumidor. "Infelizmente, muitas pessoas têm os nomes inseridos nos órgãos de proteção ao crédito por causa de atraso de pagamento de cartão. Por isso é recomendável evitar o endividamento."

Uma das principais dicas aos consumidores não comprar por impulso. Ana Paula explica que muitas pessoas já compareceram ao órgão para tentar devolver os produtos que haviam adquirido sem necessidade. "Nesses casos, a legislação não permite troca nem devolução das mercadorias." As lojas só têm a obrigação de trocar em caso de problemas técnicos ou imperfeição. "A troca em caso de tamanho, cor, ou mesmo por não mais querer o produto não está prevista no Código de Defesa do Consumidor e está restrita a liberalidade do comerciante", enfatiza.

Ela lembra também que, em época de liquidação, é muito comum a venda de "produtos no estado", ou seja, aqueles que estão fora de embalagem, expostos ou mesmo com pequenos defeitos; prática comercial comum e prevista em legislação. No entanto, as lojas devem informar os consumidores que as peças de roupas têm algum tipo de defeito.

"Essa informação deve ser destacada previamente. É o chamado compra se quiser." A tranquilidade é essencial na hora da escolha da roupa. Na euforia, os pequenos defeitos se tornam imperceptíveis. Além disso, é recomendável experimentar as peças a fim de evitar a troca.




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