Política Titulo Diadema
Maninho fortalece nome no PT para ser candidato

Filippi diz que não será candidato, mas evita declarar apoio público ao vereador de Diadema, que se torna único nome na disputa ao Paço

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
06/04/2016 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


O nome do vereador de Diadema Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, ganhou força no PT de Diadema para ser escolhido como candidato do partido ao Paço em outubro. Em reunião da executiva, realizada ontem a portas fechadas, o ex-prefeito José de Filippi Júnior afirmou que não será candidato, mas evitou cravar publicamente apoio à candidatura do parlamentar.

À bancada – a maioria apoia Maninho –, Filippi teria garantido que daria bênçãos públicas ao projeto do vereador nos próximos dias. Por outro lado, a ala pró-Maninho acredita que o ex-gestor possa declarar apoio ao petista na terça-feira, quando haverá reunião do diretório com a militância. Na ótica de alguns parlamentares da legenda, divulgar a postura do ex-prefeito antes de conversar com os filiados pode atrapalhar a busca pelo consenso em torno do nome de Maninho.

Por outro lado, os próprios apoiadores da candidatura do parlamentar acreditam que o debate interno no partido não será fácil. A ala de Articulação de Esquerda da legenda continuará insistindo pelo nome do ex-prefeito. Como as convenções partidárias para a oficialização de candidaturas só ocorrem entre julho e agosto, a saída de Filippi do páreo ainda não é dada como certa.

Desde o ano passado, o PT de Diadema bate cabeça para definir o nome que tentará impedir a reeleição do prefeito Lauro Michels (PV) e retomar a hegemonia do partido na cidade. O envolvimento do nome de Filippi na Operação Lava Jato deixou dúvidas sobre sua participação na disputa. Sem a certeza de que o ex-prefeito aceitaria voltar a concorrer ao Paço, dois vereadores petistas se lançaram como possíveis prefeituráveis. Além de Maninho, José Antônio da Silva se colocou como pré-candidato. Em setembro, o cenário embolou mais ainda quando o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, mudou seu domicílio eleitoral de São Bernardo para Diadema, entrando para a briga interna.

Nessa disputa, Maninho angariou apoio unânime da bancada, com exceção de Zé Antônio. Com a possibilidade de perderem as prévias, Zé Antônio e Vicentinho decidiram, em fevereiro, desistir das candidaturas e anunciaram apoio irrestrito a Filippi. A estratégia visava acenar para lideranças externas do PT pró-Filippi. Em março, porém, nova fase da Lava Jato atrasou ainda mais a definição. Assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Filippi foi levado coercitivamente para depor na Polícia Federal, expondo mais uma vez o nome do ex-prefeito às denúncias de corrupção na Petrobras. Tesoureiro das campanhas vitoriosas de Lula à reeleição, em 2006, e da presidente Dilma Rousseff, em 2010, Filippi nega irregularidades.

Na segunda-feira, durante o ato contra o impeachment realizado em São Bernardo, Filippi conversou com a equipe do Diário e não declarou apoio a Maninho, tampouco descartou estar no páreo. “O resumo da opera é o seguinte: o PT tem muitos bons candidatos. Nós vamos sentar e definir. Eu não tenho mais nenhum impedimento para ser candidato. Mas isso não é uma sinalização de que serei eu”, despistou.

A equipe do Diário tentou contato com os seis vereadores da legenda, com o presidente do partido, Mário Reali, e com Filippi, mas ninguém retornou aos contatos.
 




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