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Clientes reclamam do fim da
Rota do Peixe, em S.Bernardo
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
18/07/2011 | 07:26
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Frequentadores da Rota do Peixe, em São Bernardo, estão insatisfeitos com a iminente extinção dos restaurantes, localizados na Estrada Velha do Mar, na região do Riacho Grande. Os estabelecimentos estão concentrados em terrenos pertencentes à Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), que solicita na Justiça a reintegração de posse.

Para os clientes, a demolição dos comércios caracteriza o fim de uma tradição. "É uma pena que eles tenham que sair. Vamos sentir falta, pois gostamos deste ponto. Isso aqui vai ficar um lugar morto", avalia o professor Nilton Aguiar, 61 anos.

O aposentado Gilberto Cogueto, 57, considera que, após o fechamento, a criminalidade na estrada poderá aumentar. "O comércio inibe a presença de bandidos. Imagina essa área toda sem ninguém? Vão vir até para desovar cadáveres."

Para o engenheiro Luiz Antonio Monteiro, 59, ao invés de retirar os estabelecimentos, o poder público deveria estimular o turismo sustentável. "Quando as pessoas ficam próximas ao meio ambiente e recebem a orientação adequada, desenvolvem consciência sobre a preservação", analisa. O engenheiro considera que, além de inibir a violência, a presença dos bares e restaurantes evita mais ocupações irregulares na área do manancial. Monteiro mora no Rio de Janeiro, trabalha em São Paulo e frequenta a Rota do Peixe há 30 anos.

"A Região Metropolitana de São Paulo já tem poucas opções de lazer. Vamos ficar sem mais essa", reclama o gerente João Paulo Silva, 25.

PROCESSO
O imbróglio na Justiça se desenrola há dez anos. Já foram negociadas tentativas de regularização, mas não houve acordo. O empresário Alcides Antoniassi, 51, dono de um dos restaurantes e presidente da Associação dos Comerciantes da Rota do Peixe afirma que não há mais recurso. Dos mais de 30 comércios que integraram o circuto, apenas três permanecem, mas deverão ser demolidos em breve. Outros poucos estão em áreas particulares e não terão de sair.

 

Circuito é desdobramento do Frango com Polenta

A abertura da Represa Billings, em 1925, não ofereceu só uma fonte para geração de energia e abastecimento de água, mas também trouxe um manancial de possibilidades. Atraídas pela oportunidade de praticar esportes náuticos, pescar, fazer passeios e se divertir em família, muitas pessoas passaram a se deslocar para a região nos fins de semana.

Entre as décadas de 1930 e 1940, de olho no número cada vez maior de visitantes, começaram surgir os restaurantes italianos, que deram origem à Rota do Frango com Polenta, até hoje estabelecida no bairro Demarchi.

"A região sempre movimentou pescadores e caçados, atraídos pelo Rio Grande, maior braço da Billings. Com o passar do tempo, as pessoas começaram a abrir barzinhos na beira da estrada, tendo como o prato principal a tilápia", contou o jornalista e colunista do Diário Ademir Médici. "Daí veio a Rota do Peixe, como desdobramento da Rota do Frango com Polenta."




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