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Morre Ghiggia, protagonista do Maracanazo, aos 88 anos

Ex-atacante uruguaio sofreu ataque cardíaco 65 anos após silenciar o Maracanã em 1950

Felipe Simões
Do Diário do Grande ABC
17/07/2015 | 07:00
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Estadão Conteúdo


O último elo entre o que aconteceu no gramado do Maracanã em 16 de julho de 1950 e o presente deu seu último suspiro, ontem à tarde, aos 88 anos. O lendário atacante uruguaio Alcides Ghiggia sofreu ataque cardíaco em Montevidéu, capital do país, e morreu exatos 65 anos após marcar um dos gols da vitória do Uruguai por 2 a 1 sobre o Brasil na final da Copa do Mundo de 1950, no estádio carioca, e ser protagonista do Maracanazo. Ele era o último jogador vivo daquela histórica partida.

Nascido em Montevidéu em 22 de dezembro de 1926, Ghiggia começou a carreira aos 20 anos, no Atlante. Depois, defendeu o Sud América antes de chegar, em 1948, ao tradicional Peñarol.

A conquista invicta do Campeonato Uruguaio de 1949 com figuras históricas como o atacante Juan Alberto Schiaffino – tido o grande jogador da seleção uruguaia em 1950 – ajudou o jovem a ser convocado ao plantel nacional.

Curiosamente, sua estreia pela Celeste Olímpica se deu em uma partida contra o Brasil. Em 6 de maio de 1950, Ghiggia entrou no lugar de Julio Britos na vitória por 4 a 3 do Uruguai no Estádio do Pacaembu em partida válida pela extinta Copa Rio Branco.

Dois meses e dez dias depois, Ghiggia, então com 23 anos, silenciou a multidão de quase 200 mil pessoas no Maracanã em lance que “passou por Bigode! Pode chutar, chutou... Gol uruguaio! Em uma corrida pelo campo do ataque, (Ghiggia) carregou a bola com grande controle até chegar a entrada da área. Está ganhando o Uruguai! Uruguai dois, Brasil um!”, segundo histórica narração de Duilio de Feo na rádio local CX 24.

O lance mais conhecido de Ghiggia foi só um dentre suas inúmeras jogadas de velocidade e força, atributos pelos quais era conhecido.

Depois de se destacar no Peñarol, o atacante foi negociado com a Roma, em 1953, clube no qual ficou oito anos.
Ghiggia se naturalizou italiano e vestiu a camisa da Azzurra, mas não conseguiu classificar a nova seleção para a Copa do Mundo de 1958. Em 1961, o Milan, onde Schiaffino havia brilhado antes, comprou seus direitos, mas ele não repetiu o sucesso do colega uruguaio. No ano seguinte, retornou ao Uruguai para jogar no Danubio, pelo qual atuou até 1968 e encerrou a carreira.

Uma das principais homenagens recebidas pelo atacante foi em 2009, quando foi convidado a marcar seus pés na calçada da fama do Maracanã. “Nunca pensei que seria homenageado aqui. Estou muito emocionado”, disse, na ocasião, um dos maiores carrascos do futebol brasileiro de todos os tempos.




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