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SBT enrola público, mas finalmente exibe beijo gay
Por Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
13/05/2011 | 00:11
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Na corrida por alavancar audiência do horário nobre, o SBT simplesmente torrou a paciência do público. Programada para exibir, às 21h45, o primeiro beijo gay da televisão brasileira, "Amor e Revolução" foi levada ao ar com incríveis 50 minutos de atraso na noite de quinta-feira. Quem já esperava desde o dia anterior para acompanhar a cena "histórica" teve de aturar as bizarrices de sempre no "Programa do Ratinho", que, claro, foi devidamente esticado.

Quando a vinheta de abertura entrou na tela, a esperança era de que o suspense acabasse ali mesmo. Como o capítulo anterior foi encerrado com a investida de Marcela (Luciana Vendramini) sobre Marina (Giselle Tigre), era natural esperar que a primeira cena fosse do beijo. Bobagem.

O SBT escolheu exibir quatro minutos de melhores momentos para só então dar continuidade à história. Quando o episódio novo de fato começou, mais enrolação: demorou mais de 20 minutos para que as personagens aparecessem novamente. A essa altura, já dava para começar a duvidar novamente que a emissora fosse bancar a cena, um marco desejado há tempos pelo movimento GLBT.

Mas o beijo finalmente saiu. Extremamente técnico, é bem verdade. E isso não é exatamente negativo. Talvez se a direção, a cargo de Reynaldo Boury, tivesse se concentrado simplesmente em entregar uma sequência esteticamente correta, não haveria o estrago a seguir. Como numa tentativa de demonstrar a excitação do momento, a câmera focou os pés das atrizes. Luciana ensaiou uma espécie de tango. Soou bastante ridículo.

A repercussão, apesar do desrespeito com o horário e seqüência, foi boa nas redes sociais. A maioria parabenizou a emissora pela iniciativa. Mas houve também quem criticasse o fato de uma das personagens não ser gay.

O autor, Tiago Santiago, vibrou no Twitter por conta da audiência. "Pouco depois do beijo gay 7 pontos. Primeiro momento em que empatamos com a novela da Record! Momento a ser comemorado!". O escritor pertenceu ao time de dramaturgos da concorrente até 2009.

As chances de o romance lésbico engrenar são remotas. Mas, se a emissora arranjar mais algum chamariz de audiência envolvendo relações homoafetivas, recomenda-se esperar para ver no YouTube. Sem perda de tempo.




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