Com vocês, o professor Alexandre Takara, que estará conosco durante esta semana comentando o que foi o 17º Encontro de Pesquisadores, realizado pelo Museu de Santo André Dr. Octaviano Gaiarsa em abril.

A primeira expositora foi Priscila Gorzoni, autora das fotos que emolduram a arte de hoje, assinada por Agostinho Fratini, infografista da Editoria de Artes do Diário.

As fotos farão parte do novo livro de Priscila, pronto e em fase de revisão final.

Olfato, paladar e ensino
Texto: Alexandre Takara

Cumprimentos à equipe do Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa pelo sucesso do 17º Encontro de Pesquisadores de memória e de história. Mede-se o sucesso pelo número de presentes e pela qualidade das teses apresentadas. Visível a tendência para a apresentação de teses acadêmicas em nível de TCC, mestrado e doutorado, o que significa a aproximação cada vez maior entre o museu e as universidades.

A primeira contribuição foi da Priscila Gorzoni, jornalista, antropóloga e pesquisadora da Fundação Pró-Memória de São Caetano. É mestre em história pela PUC de São Paulo e autora de diversos livros. Seu tema: As memórias gastronômicas: histórias, afetos e lembranças das famílias de São Caetano. Ela coletou, com o método de história oral, memórias, receitas e práticas culinárias. Os encontros de familiares em torno da mesa frequentemente se transformam em festas, o que fortalece os laços afetivos e desenvolvem o sentido de pertencimento. Faz referências a hábitos alimentares de comunidades estrangeiras e afirma que a culinária é uma forma de preservação da identidade cultural. Refere-se a hábitos alimentares dos imigrantes italianos, espanhóis, portugueses, japoneses e ucranianos. E também aos hábitos alimentares que migrantes trouxeram dos lugares remotos desse Brasil profundo. É o caso do livro de receitas, Senhorinha Veras, alquimia do sabor, caderno de receitas piauienses, organizado pela Luzia e Dalila Teles Veras. Outro livro é Memórias, sabores e aromas, publicado pela Fundação Santo André.

Priscila, ao abordar o tema de memórias gastronômicas, valoriza os sentidos do olfato e paladar. Essa valorização é importante para o processo de construção de conhecimentos. Uma pesquisa realizada na França revelou que 83% da aprendizagem se realiza através do olhar e do ouvir e apenas 17% através do olfato, paladar e tato. Ao valorizar as práticas gastronômicas, Priscila está reconhecendo a importância do olfato e do paladar no processo ensino/aprendizagem. Não é sem razão de algumas escolas terem introduzido a culinária como prática educacional.

Diário há 30 anos

Sábado, 6 de julho de 1985 – ano 28, nº 5869
Manchete – Caixa Econômica Federal processará a inadimplência após o reajuste de julho
Ribeirão Pires – Inaugurado o novo terminal rodoviário, com mudanças no trânsito central.
Futebol – Chinesinho, jogador dos tempos da Academia, é o novo técnico do Palmeiras no lugar de Mario Travaglini.

Em 6 de julho de...
1915 – O arcebispo metropolitano de São Paulo, dom Duarte Leopoldo e Silva, encerra sua visita pastoral à região, em Ribeirão Pires, seguindo amanhã para Santos.
A guerra. Do noticiário do Estadão: Giornale d’Italia exalta o patriotismo dos italianos residentes no Brasil. Os jovens alistam-se ao exército. Os que permanecem no Brasil enviam quantias em benefício das famílias dos reservistas e da Cruz Vermelha.

1930 – Criado posto policial na Vila Homero Thon, em Santo André, para o qual foram destacados dois policiais.

1975 – Escultor Gildo Zampol conclui o protótipo da estátua de São José, que será instalada no pico do morro de Vila Prisco, em concreto armado com seis metros de altura.

Barro Paulista
Santa Rita. Século 18. Barro cozido e policromado. Proveniente da capela da Fazenda São Matias (ou da Feiticeira), de Ilhabela.
Imagem faz parte da exposição Barro Paulista: a tradição bandeirante do imaginário em barro cozido. Em cartaz no Museu de Arte Sacra, Capital (Avenida Tiradentes, 676, bairro da Luz). Curador: Dalton Sala.

Santos do Dia
Domingas
Isaias
Maria Goretti, virgem e mártir