As eleições municipais de 2008 serão as primeiras sem as tradicionais "camisetas, chaveiros, bonés, canetas, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor". Estes itens estão proibidos pela Justiça Eleitoral desde o pleito de 2006. Mas nem por isso os candidatos deixaram de se promover: neste cenário, eles encontraram nos adesivos para carros e banners uma fonte alternativa de divulgação, movimentando este mercado de brindes.

Fornecedores de materiais de comunicação visual ouvidos pelo Diário OnLine afirmam que já foram procurados pelos candidatos, porém poucos fecharam negócio pela falta do número do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), documento necessário para a captação de recursos de campanha.

Maurício Brandão, dono da empresa 3P Publicidade, de Santo André, é um dos empresários que criaram o "kit candidato". Ele oferece banners de tamanho reduzido (já que a lei agora proíbe propaganda em postes), kit adesivos para veículos e banners maiores para colocação no comitê de campanha.

Brandão estima que, a partir das eleições de 2006, a empresa teve aumento de 20% no número de pedidos de adesivos de campanha. Atualmente, a 3P Publicidade tem oito candidatos como clientes.

José Carlos Corencini da Silva, da Fastsigns, de São Bernardo, confirma o aumento da procura por parte de políticos, porém a empresa ainda não fechou negócios devido à falta do CNPJ. Seus clientes normalmente são candidatos conhecidos há anos, pois Silva pede garantias de pagamento aos políticos. "Só aceito pagamento à vista", afirma.

A empresa Tecnisigns, de Diadema, também já fez diversas cotações para políticos, de acordo com o proprietário Marcílio Fonseca. Ele comemora a demanda "imprevisível" por materiais de campanha. "De uma hora para outra, pode aparecer um número muito grande de pedidos por adesivos e banners", comenta.