Palavra do Bispo Titulo
O Natal está chegando
Do Diário do Grande ABC
11/12/2017 | 07:47
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Muitos hoje se perguntam: o que celebramos no Natal? Natal, do latim nativitas=nascimento, é a festa na qual os cristãos celebram o nascimento de Jesus de Nazaré, o Filho de Deus que se fez homem nascendo em Belém, conforme os relatos dos Evangelhos.
Esta festa, que era momento de confraternização entre pessoas e famílias, trazendo alegria e esperança para a humanidade, está hoje em extinção exceto pelas vendas de presentes e jantares. A festa de Natal não é mais o que foi durante séculos, parece ter mudado de sentido e de rumo.
A celebração do Natal se dá em 25 de dezembro e remonta ao ano 336. Não se sabe o dia exato em que nasceu Jesus. Na sua época não era costume comemorar data de nascimento das pessoas, não se guardavam estas datas. O Natal começou a ser celebrado nesse dia para indicar que Jesus é o Sol, a luz do mundo que vence as trevas e trazendo a vida. Isso porque nesta data, no Império Romano, se comemorava o deus Sol. Era festa pagã, do solstício de inverno no Hemisfério Norte, ou seja, o dia em que o Sol estava mais ‘fraco’ para começar a ficar mais ‘forte’ em seguida. Esta festa pagã foi substituída pela festa cristã do Natal.
Ao comemorar o nascimento de Jesus nessa data, os cristãos fazem uma analogia. Com Jesus surgiu para a humanidade a verdadeira luz, mais brilhante que o Sol, o qual vence a noite e ressurge glorioso no céu com mais força.
Hoje em nossa cultura tecnológica altamente desenvolvida e secularizada, na qual o homem se coloca no lugar de Deus prescindindo Dele, qual o sentido de comemorar o nascimento do menino Deus? O Natal neste contexto deixou de lado seu significado profundo e altamente positivo, de constatar que Deus, o criador, vem e se torna criatura, um de nós. O Natal hoje se tornou uma festa folclórica, impulsionada pelo mercado, no qual se compram e se vendem presentes, esquecendo-se do aniversariante.
Mais que celebrar um acontecimento no qual “Deus nasce no meio dos pobres para enriquecer-nos com sua pobreza”, conferindo uma dignidade ímpar ao ser humano, Natal hoje é festa do comércio. O Natal hoje nem mais é a festa do Papai Noel, um ancião, suspeito também porque estamos em tempos de cultura do corpo e da eterna juventude. Aliás, Papai Noel é representação de São Nicolau, bispo de Mira na Turquia do século 4. Homem de fé que renunciou sua riqueza e se dedicou à vocação, distinguindo-se pelo seu amor aos pobres e crianças pobres a quem presenteava. Chamado de “Santa Claus” na cultura europeia e traduzido como Papai Noel na cultura norte-americana.
Porém há sentido, sim, em comemorar o Natal quando se admite o significado da pessoa e da mensagem de Jesus na história passada, presente e futura da humanidade.
A mensagem de amor, fraternidade e tolerância que permeia o Natal é e será sempre atual. Por dois milênios nossa cultura ocidental pautou-se pelos princípios cristãos e pelo que o Cristianismo conservou de outras culturas.
Hoje, sobretudo, o Natal tem sentido, em uma realidade social chamada por alguns filósofos de “era do vazio”, na qual as pessoas, não obstante as muitas facilidades tecnológicas, sentem dificuldades de se comunicar nos aspectos pessoal e humano. Cresce o número de suicídios.
Celebrar o nascimento de Jesus é celebrar a esperança no sentido da vida. É trazer Deus de volta para habitar a humanidade para que ela se encontre e se salve de si mesma, abrindo-se para o infinito. 




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