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Palestinos denunciam plano de separação de Sharon
Da AFP
19/12/2003 | 08:25
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Os palestinos denunciaram nesta quinta-feira o plano de separação unilateral que o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, ameaça aplicar dentro de alguns meses. Enquanto a Autoridade Nacional Palestina (ANP) ressaltava que era "inaplicável", os radicais da Jihad Islâmica o qualificaram de "receita para uma maior violência".

"As declarações de Sharon revelam a ambigüidade de sua política. A separação da qual fala deveria acontecer sobre bases políticas e não de segurança, e em conformidade com as fronteiras de 1967", disse Nabil Abu Rudeina, principal conselheiro do presidente palestino, Yasser Arafat.

"Essas declarações não trazem nada de novo e equivalem a uma rejeição do Mapa da Paz". A alternativa que Sharon propõe é inaplicável", frisou.

O primeiro-ministro palestino, Ahmed Qorei, comentou que estava "decepcionado" com as "ameaças" de seu homólogo israelense. "Estou decepcionado que ameace os palestinos fixando um prazo antes de começar a se separar unilateralmente", declarou.

"Nós nos comprometemos a respeitar o Mapa da Paz'", ressaltou. "Estamos decididos a chegar a um acordo permanente para pôr fim ao conflito. Estamos dispostos a negociar com Sharon e podemos fazê-lo mais cedo do que se imagina", continuou.

O ministro encarregado das negociações, Saeb Erakat, afirmou, por sua vez, que Sharon já está aplicando medidas unilaterais, ao erguer um muro de separação na Cisjordânia e ao anunciar em seu discurso que sua polêmica construção seria acelerada.

"Ao anunciar que prosseguirá com a construção do muro, ele não está apresentando um ultimato de um ou de seis meses aos palestinos, e sim continuando a implementar medidas unilaterais", declarou Erakat.

O chefe espiritual do grupo radical Hamas, xeque Ahmad Yassin, disse que o plano de Sharon é "um erro com o qual ele pretende enganar o mundo e aparecer como um homem de paz". “Mas ele não deseja a paz. Quem quer a paz não engana nem oferece migalhas. Quem quer a paz suspende a ocupação dos territórios palestinos”, disse.

Outro grupo radical palestino, a Jihad Islâmica, qualificou o plano de "receita para aumentar a violência e o terrorismo, apresentada como um apelo à paz".Segundo Mohamad Al Hindi, um dos principais dirigentes do grupo na Faixa de Gaza, "este plano levará ao confinamento do povo palestino em cantões e à anexação de amplos setores da Cisjordânia".




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