Turismo Titulo Pará
Para ver e ganhar peso
Por Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
02/09/2010 | 07:02
Compartilhar notícia


Se o Pará é, como dizem por ali, a síntese da Amazônia, o lendário mercado Ver-o-Peso, em Belém, resume como ninguém a variedade cultural que paira na capital. Cartão-postal da cidade, essa imensa feira portuária, criada em 1688 como ponto de comércio caboclo, traz de tudo um pouco: peixes, frutas típicas, artesanato em cerâmica, especialidades da cozinha indígena, doces, temperos, castanhas, uma infinidade de tipos de farinha e tudo o mais que se possa imaginar nas mais de mil barracas erguidas todos os dias à beira do cais. O nome deriva dos tempos de império, quando o governo, ansioso por cobrar os impostos das mercadorias que vinham do interior, colocou uma balança e um fiscal que só sabia urrar a frase ‘ver o peso'.

Terça-feira, o ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin, esteve no Pará para assinar ordem de serviço para a construção do Terminal Pesqueiro Público de Belém. A cerimônia foi realizada no Km 15 da Rodovia Arthur Bernardes, bairro do Tapanã, na área onde será implantado o novo terminal. A obra terá investimentos de R$ 34 milhões, ocupará uma área de cerca de 28 mil quilômetros quadrados e deve ser concluída em 12 meses.

Segundo o ministro, o terminal dará condições de garantir o desembarque, a lavagem, a classificação, o processamento, o resfriamento, a estocagem e a comercialização do pescado. "Toda a cadeia produtiva estará concentrada aqui neste terminal e nós teremos condições de reduzir os custos do pescado, melhorar a renda do pescador, reduzir o preço final ao consumidor, garantir mais qualidade e agregar valor ao pescado", declarou Gregolin.

Dados do Ministério mostram que, em 2009, o Pará produziu mais de 130 mil toneladas de pescado, o que representa 9,6% da produção do País. Entre as espécies, peixes típicos como tucunaré, tambaqui, mapará, xaréu, sarda, pirapema e o tamuatã, cujas guelras são utilizadas como fixadores em perfumes de marcas famosas da França.

Para o ministro, o Estado ainda tem um diferencial em relação aos demais grandes produtores de pescado do Brasil: a quantidade de famílias que dependem dessa atividade. "Há estudos que mostram que cerca de 50% da população tem alguma relação com a pesca. O aspecto social é muito mais forte", disse.

Mas as tendas mais curiosas do Ver-o-Peso ainda são as das mandingueiras, espécies de curandeiras da floresta que comercializam ervas, remédios naturais e ‘poções mágicas' para todos os tipos de males, do corpo e da alma. Os mais vendidos são o Viagra Natural e as garrafas para banhos de ervas. Já o Sexo da Bota (essência extraída do órgão genital do boto) serve para atrair marido. Para conquistar a pessoa amada, no entanto, o recordista de vendas é o preparado Corre Atrás de Mim, que mistura algumas plantas amazônicas de nomes sugestivos, como ‘chega-te a mim' e ‘chora-no-meu-pé', entre outras.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;