Economia Titulo Mais barato
Preço do financiamento
de veículo tem queda
para menor marca

Banco Central aponta que juros da operação atingem 1,57%
ao mês em agosto; o resultado influenciou outras operações

Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
27/09/2012 | 07:16
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A taxa média de juros dos financiamentos de veículos atingiu o menor patamar histórico em agosto. Segundo o boletim de operações de crédito do BC (Banco Central), publicado ontem, os novos contratos no mês passado apresentaram juros médios de 1,57% ao mês.

Esse resultado contribuiu para que a taxa média de todas as operações de crédito também fincasse sua estaca em território mais baixo já visto, com 2,57% ao mês, ou 35,6% ao ano - redução de 0,6 pp (ponto percentual) na relação mensal e 8,2 pp na comparação anual.

O movimento de queda do custo do crédito para veículos ocorre desde março (1,98%), em junho registrou a segunda menor taxa histórica, 1,58% e em julho, o percentual teve leve alta para 1,6%. A série histórica do BC teve início em 2000.

Em maio, o cenário de redução ficou mais acentuado. No mês anterior, os bancos iniciaram competição acirrada pelas menores taxas. O governo federal deu o pontapé inicial. As instituições financeiras públicas Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal foram as primeiras a diminuírem os juros de seus empréstimos. Os privados não aguentaram a pressão, como também as financeiras e os bancos de montadoras, e acompanharam.

"Acredito que esse movimento de queda se mantenha até dezembro. Após isso as taxas (de juros) devem voltar a subir. Hoje temos abundância. Mas depois, se os investidores perderem interesse pelo País (porque os juros estão baixos e refletem nos rendimentos dos investimentos), pode ocorrer uma restrição, que geraria encarecimento do crédito", opinou o professor de Finanças da pós-graduação da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) José Ricardo Escolá de Araújo, que também ministra aulas na Trevisan Escola de Negócios, FGV (Fundação Getulio Vargas) e é consultor da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

CONTRIBUIÇÕES - Outras modalidades que contribuíram para a redução geral do custo do crédito foram o cheque especial, com baixa de 0,08 ponto percentual no mês e 1,31 pp sobre agosto de 2011. O preço do crédito pessoal encolheu 0,03 pp sobre julho e 0,60 pp ante o mesmo mês do ano passado.

Crédito ao consumidor expande 1,3%

O saldo de operações de crédito para os consumidores, com recursos livres, cresceu 1,3% em agosto, contra julho, e 13,9% sobre o mesmo mês do ano passado. Esse total de empréstimos na mão das famílias atingiu R$ 702 bilhões. As informações foram publicadas ontem pelo BC (Banco Central).

Os recursos livres são o montante de dinheiro que os bancos podem emprestar e precificar da maneira que quiserem, tendo em vista que não está ligado a programas sociais e governamentais. Considerando o saldo total, para empresas e consumidores, esses empréstimos atingiram R$ 1,4 trilhão, alta de 1% no mês e 15% na comparação com agosto de 2011. Assim, representaram fatia de 63,8% do total de crédito do País. O restante foi por meio de recursos direcionados.

DESTAQUE - Segundo o BC, por meio de nota, os financiamentos de veículos no mês passado estão "em linha com os resultados expressivos das vendas, estimuladas pela redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)". O saldo da modalidade subiu 1,2% no mês e 13,5% em 12 meses, com R$ 186 bilhões.

INADIMPLÊNCIA - O índice de contas de empréstimos vencidas e atrasadas por mais de 90 dias pelos consumidores, denominadas como inadimplência, ficou em 7,9%, estabilidade em relação a julho.

 

Baixa renda tem mais dificuldade em controlar as finanças

Quanto menor a renda mensal do domicílio, menos as pessoas conseguem manter as contas em dia e não cair nas armadilhas dos juros. Esta é a conclusão de pesquisa publicada ontem pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). E o resultado deste cenário é que 41% dos consumidores brasileiros já foram ou estão impossibilitados de comprar a prazo por ter registros nos cadastros negativos, ou seja, com o nome sujo por inadimplência.

A metodologia dividiu as famílias em duas faixas de renda, até R$ 3.825 e acima deste valor. O grupo abaixo da margem apresentou o maior percentual de pessoas que já teve, ou está, com o nome sujo, cerca de 44%. Entre os consumidores mais abastados, são 32%.

Quem ganha mais também apresenta maior preocupação com o custo dos empréstimos que contrata. Cerca de 81% desse público afirmou que se mantém informado sobre as taxa de juros. Por outro lado, 59% das famílias com renda abaixo da margem buscam este tipo de informação.

Os mais pobres também são aqueles que menos traçam o orçamento, tendo em vista que 52% deles nunca fizeram planejamento financeiro pessoal ou familiar, enquanto 27% do público com maior renda afirma o mesmo.




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