O governo pretende fechar acordo com o Senado antes de colocar em votação na Câmara a proposta que reajusta as aposentadorias acima de um salário-mínimo. A ideia é consolidar um texto que não seja alterado depois pelos senadores.

Em reunião ontem entre centrais sindicais e a base governista na Câmara não houve acordo. A proposta do governo é a que está no texto da Medida Provisória 475: 6,14%, podendo chegar a 7%. Mas, as centrais acham que esse número pode alcançar 7,7% - 80% do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). "A diferença é tão pequena que a gente acha que poderia votar. O 0,7 ponto percentual a mais representa R$ 600 milhões", disse Paulinho da Força (PDT-SP), autor da proposta.

IMPASSE - Paulinho disse que a ideia é começar a pagar os 7,7% a partir do dia 1º, e não retroativo a janeiro, data-base dos aposentados. "Daria o mesmo valor do reajuste inicial que será pago retroativamente", disse. O líder do governo Cândido Vacarezza (PT-SP), no entanto, comentou que a proposta dos 7,7% "não existe". Mas, evitou falar em 7%. Apenas afirmou que as negociações ainda estão em andamento.

"Precisamos chegar a um ponto que dê conforto à Câmara e ao Senado", disse. "Só chego a uma proposta se houver acordo com o governo e as centrais sindicais. Senão, vou apresentar os 6,14% que estão na medida provisória", complementou o parlamentar.