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Conta de luz sobe mais que o dobro da inflação em 7 anos

Tarifa residencial subiu 114% no período; encargos são repassados ao consumidor

19/01/2022 | 08:15
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André Henriques/DGABC


Desde 2015, a conta de luz dos brasileiros subiu mais do que o dobro da inflação. Dados da Abracel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia) apontam que a tarifa residencial acumula alta de 114% ­ ante 48% de inflação no mesmo período, uma diferença de 137%. Além das correções anuais nas tarifas, os últimos anos têm sido marcados pela criação de novos encargos e custos diretamente repassados para os consumidores.

O aumento nos últimos anos resulta do crescimento de encargos e subsídios (desconto a um setor ou um grupo, com custo dividido com os demais), da necessidade de usar termoelétricas, que geram energia mais cara, e do modelo de contratação de energia.

Responsável pelo levantamento, o vice-presidente de energia da Abracel, Alexandre Lopes, ressalta que, em momentos de falta de chuvas, como em 2021, o custo tende a aumentar, principalmente para os consumidores residenciais. O impacto para os que atuam no mercado livre ­ onde a energia é negociada diretamente com as geradoras ­ é menor. Nos últimos sete anos, os preços neste ambiente oscilaram 25% abaixo da inflação.

"Temos custos de 2021 ainda não repassados para as tarifas. Então, devemos ter um aumento acima da inflação em 2022. Quando o novo empréstimo ao setor elétrico começar a ser pago, impactará ainda mais as tarifas. Então, parte desses custos da crise será neste ano, e outras parcelas, nos próximos anos", afirmou.

O levantamento considera os dados desde 2015, no governo da ex-presidente Dilma Rousef (PT), logo após o Tesouro Nacional interromper repasses bilionários para a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), fundo setorial cujos recursos são rateados entre todos os consumidores para bancar subsídios para algumas categorias. Conforme o ex-diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) Edvaldo Santana, o corte levou a um "tarifaço" de 25% em fevereiro de 2015, e não parou mais. 




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