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Ancora monetária vai controlar a inflaçao, diz Malan
Por Do Diário do Grande ABC
19/04/1999 | 10:37
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O ministro da Fazenda, Pedro Malan, afirmou ao jornal português Público que nos próximos meses o controle da inflaçao vai passar a ser feito com base numa âncora monetária. Na entrevista, publicada nesta segunda-feira, Malan disse que esta âncora vai funcionar através de um sistema de metas para os indicadores das condiçoes monetárias do país. Malan explicou ainda que o sistema é semelhante ao adotado por Inglaterra, Suécia, Austrália, Nova Zelândia e Canadá, além da Espanha, até o ano passado. Disse que, como o Brasil deixou de ter como âncora o câmbio, a sustentaçao da estabilidade econômica e o combate à inflaçao vao passar a ser feitos através de medidas orçamentais e monetárias.

Segundo o ministro, ainda este ano as taxas de juros reais (descontada a inflaçao) deverao ficar abaixo dos 10%. Ele disse que existe espaço para reduzir as taxas de juros e que a taxa de 28,8% nao é uma meta para os juros, mas uma hipótese de trabalho. O que terá papel determinante para a queda das taxas sao a mudança do regime fiscal e o cumprimento do programa de estabilizaçao orçamental.

Na entrevista, Malan afirmou que no ano 2000 a taxa de crescimento da economia deverá atingir 4% e que no ano seguinte deverá superar esse índice. O ministro foi otimista em relaçao a este ano, dizendo que as previsoes de crescimento negativo de 3% a 4% estao sendo revistas para o conjunto do ano, para valores menos negativos. No primeiro semestre, as taxas serao fortemente negativas, mas no segundo semestre já haverá uma recuperaçao.

O ministro afirmou que o FMI nao está exigindo a privatizaçao da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil: "Nao existe exigência nenhuma, nao teria cabimento. Estamos discutindo o futuro de instituiçoes como o Banco de Brasil e Caixa Econômica Federal, mas nao é com o objetivo predefinido de privatizaçao". Segundo Malan, nao há nenhuma decisao tomada sobre as duas instituiçoes.

Sobre a Petrobrás, Malan explicou que a discussao sobre a privatizaçao é prematura. "Tiramos o monopólio da Petrobrás, abrimos o mercado brasileiro para a exploraçao de petróleo por parte de empresas estrangeiras. Nao existe qualquer exigência ou pressao internacional para que isso ocorra agora."




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