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Classe C impulsiona consórcios
Por Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
23/06/2010 | 07:02
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Modalidade que já foi muito utilizada no País, o consórcio de veículos volta a ganhar força - mesmo em tempos em que há grande disponibilidade de crédito. O último levantamento da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios) mostra que abril registrou movimentação de R$ 6,3 bilhões em quotas de automóveis, picapes e utilitários - crescimento de 57,5% sobre R$ 4 bilhões contabilizados no mesmo período do ano passado.

Segundo a entidade, a adesão somava em abril 3,2 milhões de consorciados no Brasil contra 3 milhões no mesmo período do ano passado. De acordo com os dados da Abac, 50% das quotas comercializadas no Brasil são referentes a veículos cujo preço está na faixa dos R$ 25 mil. "É a forma mais racional para se comprar o primeiro automóvel zero-quilômetro", afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac.

De acordo com Rossi, a inexistência de juros, o parcelamento integral do valor do bem desejado e a formação de patrimônio são características dos consórcios que têm feito a diferença nas decisões das várias classes sociais, especialmente na C - cuja evolução tem sido maior no consumo de bens duráveis como a casa própria ou o carro zero.

Para o dirigente, o crescimento do consórcio no País reflete o amadurecimento do consumidor, que tem preferido esperar pelo bem em vez de assumir financiamentos no mercado com juros altos, que aumentam o risco da inadimplência.

"Usando mais a razão e menos a emoção, o consumidor tem feito contas e comparações. Com os pés no chão e considerando a necessidade de ter ou não de ter o veículo, o consórcio tem sido a forma planejada e mais econômica de comprar", afirmou.

Para ele, a manutenção do emprego e consequente crescimento da economia também embalam o setor - que teve seu pico em períodos em que o Brasil sofria com inflação alta. "Desejamos é que a economia mantenha ritmo forte, com oportunidades e segurança no emprego para o trabalhador e sem mudanças no cenário internacional."

PROMOÇÕES
Como forma de manter o mercado aquecido, também beneficiado pelos consórcios, fabricantes ampliam promoções. Uma das práticas utilizadas por muitas montadoras é a que divide o financiamento em 24 parcelas sem juros, com entrada de 50% do valor.
Fiat, Honda, Ford e General Motors são algumas das marcas que oferecem o benefício. A Volkswagen optou por aumentar oferta de itens e acessórios pelo mesmo preço para criar motivos que influenciem a compra.

As promoções ocorrem em razão da acomodação do mercado, que chegou a vender 320 mil veículos em março, mas deve fechar junho com 220 mil unidades.

"Diante da estabilização das vendas, as montadoras fazem de tudo para vender.Nessa disputa, o consumidor que tiver paciência para encontrar as melhores ofertas será o maior ganhador", afirmou o consultor Paulo Roberto Garbossa, da ADK.

Ele considera a hipótese de o governo federal criar novos benefícios, como a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), se o mercado cair abaixo das 200 mil unidades. "Em ano eleitoral, há a tendência de ajudar um dos setores mais dinâmicos a movimentar a economia", acredita Garbossa.




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