Se condenados, réus de crime ocorrido em S.Bernardo em junho pegarão quatro anos de prisão
“Só quero que a lei faça a sua parte, que (eles) paguem pelo erro que cometeram. Acredito que não vão deixar impune.” A fala de Vania Aparecida Rosa Rocha, 34 anos, mãe do jovem de 17 que teve a testa tatuada à força em junho deste ano, em São Bernardo, foi proferida após acompanhar o filho em audiência de instrução para julgar os envolvidos no ato criminoso, realizada no Fórum da cidade na tarde de ontem. A expectativa da promotoria, que estima pena de quatro anos para os réus, é a de que a sentença saia daqui 20 dias.
De acordo com a promotora de Justiça Giovana Guerreiro, os autos agora vão para o Ministério Público, para apresentação dos memoriais finais. “Depois vão para o assistente de acusação, que é o advogado da família da vítima, para a defesa dos réus e, após, segue para a sentença. Acredito que nos próximos 15, 20 dias ela deverá ser proferida”, disse.
Os réus, o tatuador Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 27, e seu vizinho Ronildo Moreira de Araújo, 29, que estão presos no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Tremembé, também participaram da audiência. Após filmarem a execução da tatuagem com a inscrição ‘Eu sou ladrão e vacilão’ sob alegação de que o menor teria tentado furtar uma bicicleta, os dois são acusados de lesão corporal de natureza gravíssima, constrangimento ilegal e ameaça.
“Vamos tratar de cada delito o qual ele foi acusado, mas a instrução foi importante para desclassificar essas condutas”, disse o advogado de defesa de Reis, Marco Antônio dos Santos.
Na audiência, que durou duas horas, foram ouvidos ainda dois policiais que prenderam a dupla, a delegada que investigou o crime e um tio da vítima. O adolescente foi o primeiro a dar depoimento e, ao deixar o local, retornou para a clínica onde trata o vício em drogas, no Interior de São Paulo. Ele já passou por duas das dez sessões de remoção da tatuagem a laser previstas. “Esta semana ele passará pela terceira. Ele chegou na clínica acabado, hoje está bem e faz planos de voltar a estudar (o menor cursou até o 9º ano do Ensino Fundamental), trabalhar e ter outra rotina”, contou a mãe.
Pedido de revogação da prisão da dupla foi feito pelos advogados. “Estamos torcendo para que nos próximos três dias essa situação seja definida e eles sejam colocados em liberdade. A prisão deles, ao meu ver, foi um tanto arbitrária, até porque não sairão tatuando outras pessoas, eles podem responder o processo em liberdade tranquilamente, não oferecem nenhum risco para a sociedade”, considera o advogado de Araújo, Luciano Rodrigues.
O defensor da família do menor, Leonardo Alves Rodrigues, salientou que, com todas as provas que constam nos autos, “não há como se negar os fatos”. “Cremos que vai haver a condenação dos réus.”
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