Esportes Titulo São Bernardo
Hóquei ressurge na região

São Bernardo Hockey Clube volta à ativa
com atenção a projeto social e top 3 no Paulista

Por Marcelo Argachoy
Especial para o Diário
11/09/2017 | 07:00
Compartilhar notícia
Ari Paleta/DGABC


Em 2014, o SBHC (São Bernardo Hockey Clube) teve uma reviravolta em sua história. A equipe, que ficou conhecida no começo da década por ser uma das principais nas categorias de base, teve de recomeçar do zero após um ano ausente das competições oficiais. Comandada por ex-atletas dos anos dourados, hoje a equipe está de volta ao seleto grupo dos principais times de hóquei in-line do País, que terminou na terceira colocação o Campeonato Paulista da modalidade. Além do time principal, até o feminino e as categorias de base foram restaurados.
“De um ano para cá, estamos divulgando mais, o projeto estourou e agora temos o dobro de atletas que tínhamos há um ano. É resultado do nosso trabalho, eles estão vendo que a equipe está se dedicando”, aponta Tassiana Barbosa, 39 anos, que concilia o trabalho de enfermeira com as responsabilidades de secretária do clube.

Um dos principais trunfos do SBHC para sua reconstrução é o projeto Hockey In Life. De forma gratuita, os jogadores passam seus conhecimentos e ensinam às crianças da região os básicos do esporte, sem sequer cobrar pelos equipamentos, que são custeados por patrocinadores ou pelos próprios atletas.

Dentre luvas, tacos e capacetes, o material utilizado por um jogador de hóquei pode custar mais de R$ 1.000. “Hoje o patrocinador ajuda muito, já temos um bom kit para dar início para as crianças. Estamos colhendo os frutos do nosso bom trabalho”, diz Guilherme Michetti, atleta do time desde 1998 e responsável pelo ressurgimento do São Bernardo Hockey Clube.

“Temos uma diferença de 15 anos entre as idades dos atletas”, cita a goleira Ana Nascimento, 33. “O time ficou esquecido durante esse tempo, mas estamos voltando com força total”, afirma a jogadora, que também irá completar 20 anos na equipe em 2018.

Nos treinamentos, homens e mulheres dividem a quadra simultaneamente. Embora não exista preconceito entre os colegas de equipe, o hóquei para elas tem um caminho mais árduo a percorrer. “Precisamos de atenção especial. (O feminino) Não tem investimento, não é fácil de trabalhar em nenhum lugar no mundo”, explica Ana Nascimento.

A reconstrução da equipe não engloba só o retorno dos jogadores do início da década. O presidente do clube é um exemplo disso. João Luiz Bertazzi ingressou no São Bernardo em 2015. “Quando cheguei o pessoal tinha se afastado, vários bons jogadores foram embora”, declara Bertazzi, que também é advogado, mas calça os patins para representar o time nas competições oficiais.

“A diretoria sabia que temos uma história, um legado para manter, então começamos a nos organizar financeiramente para desenvolver o nosso projeto social”, relata Bertazzi, que também é vice-presidente da Federação Paulista de Hóquei e Patinação. “Hoje em dia temos quase 80 times no País, todos buscando se organizar cada vez melhor. O cenário do esporte é promissor”, conclui o mandatário do SBHC.

Goleira representou Seleção no gelo

Além de treinar no São Bernardo Hockey Clube e conciliar a carreira no esporte com a profissão de mecânica aeronáutica, Ana Nascimento, 33 anos, também troca as rodas dos patins e as quadras pelas lâminas e rinques de gelo.

Ana esteve entre as 13 jogadoras que representaram o Brasil no Pan-Americano de Hóquei no Gelo, em junho, na Cidade do México. Apesar das similaridades, a transição entre quadra e gelo não foi fácil.

“Só fomos treinar no gelo lá (no México), apenas dois dias antes do primeiro jogo”, conta Ana, que sente ainda mais diferenças por conta de sua posição. “Não tem nada a ver com o in-line. Escorrega muito e os fundamentos de movimentação mudam bastante, me senti como uma iniciante no gol”, afirma a goleira.

Os resultados não foram os melhores. Com quarto derrotas por goleada, as brasileiras terminaram em último lugar. Mas a experiência foi positiva. “A gente foi melhorando ao longo da competição. Se tivessem mais alguns jogos, quem sabe nós não ganharíamos uma”, avalia Ana.

A situação das jogadoras de hóquei no Brasil vai além dos resultados nos rinques. A Confederação Brasileira não possui Seleção oficial e as jogadoras se uniram para formar um time que representa o País. A gestão fica por conta da Liga Brasileira de Hóquei, que é autônoma, organiza competições e também representa o País internacionalmente. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;