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Estado implanta período integral neste ano em 28 escolas da região
Por Verônica Fraidenraich
Do Diário do Grande ABC
13/01/2006 | 08:20
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Santo André teve a segunda maior adesão do Estado ao projeto de período integral nas escolas estaduais. A partir do próximo mês, 21 escolas da cidade irão oferecer aulas pela manhã e à tarde, para alunos de 1ªa 8ª séries. Para se ter uma idéia, em Santo André a adesão foi de 22,58% do total de escolas, enquanto que na capital paulista, que lidera esse ranking com 61 escolas integradas ao projeto, o índice de participação é de 5,81%. No total, o Grande ABC terá 28 unidades em período integral. As demais estão distribuídas por São Bernardo (3), São Caetano (2) e Ribeirão Pires (2). O projeto irá beneficiar 11.887 alunos da rede pública estadual na região.

O anúncio foi feito nesta quinta de manhã em São Paulo, pelo governador Geraldo Alckmin e pelo secretário estadual de Educação, Gabriel Chalita. Lançado no último mês de dezembro, no princípio o projeto seria implantado em até 170 escolas, mas foi ampliado para 500 instituições em todo o Estado, sendo 119 na Grande São Paulo e 381 no interior. Serão, ao todo, 138.431 mil alunos beneficiados e a estimativa de investimento é de cerca de R$ 60 milhões por ano. A expectativa é estender o programa para toda a rede no prazo de dois anos.

Com o maior tempo de estudo, o objetivo é preparar melhor o estudante da rede pública para enfrentar o mercado de trabalho. Quem estudar numa escola de período integral irá entrar às 7h e sair às 16h10. Pela manhã, além do currículo básico, haverá duas oficinas curriculares, e outras três oficinas à tarde. A proposta é que aumentem o número de horas de aulas de Português e Matemática e sejam desenvolvidas atividades esportivas e artísticas como teatro, dança e música. O projeto prevê ainda a abordagem de assuntos como saúde e qualidade de vida, filosofia e empreendedorismo social, e vai exigir a contratação de novos professores, segundo afirmou o secretário de educação. “Os professores concursados poderão escolher as aulas (a mais que quiserem dar)”, declarou Chalita. Professores em regime temporário também poderão participar do projeto. Para Maria Helena Juca, diretora da EE Maria Luiza Ferrari Cícero, de São Bernardo, a expectativa é positiva quanto ao período integral. “Vai favorecer o aluno”.

A proposta pedagógica teve como inspiração modelos educacionais de países como Espanha, Chile e Coréia, segundo explicou o secretário de educação. “Não serão só atividades extracurriculares à tarde, o aluno terá que ficar o dia todo”. Durante o período, serão servidas três refeições: lanche matutino, almoço e lanche da tarde. Quem não quiser estudar nos dois períodos terá de pedir transferência de escola.

Maria Aparecida Felisberto, dirigente regional de ensino de Santo André, disse que a adesão é uma reivindicação antiga da comunidade. Segundo a dirigente, a procura na cidade foi ainda maior – houve 32 interessadas – mas 11 não se adequaram devido ao espaço físico.

Esse também é o principal problema apontado pela dirigente regional de ensino de São Bernardo (que atende ainda a São Caetano), Suzana Aparecida Dechechi de Oliveira. “Para atender a um projeto desse tem que ter ociosidade (de vagas) porque dois períodos viram um só”. Além do espaço, o fato de estarem localizadas nas periferias também influenciou na seleção das escolas. “Foi um dos critérios observado”, completa a dirigente regional de ensino de Santo André.




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