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Santa Casa de Mauá sofre corte no atendimento
Por William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
08/11/2008 | 07:02
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O Pronto-Atendimento da Santa Casa de Mauá terá horário reduzido a partir de segunda-feira. A população terá acesso ao serviço apenas entre 7h e 19h. Durante a noite e a madrugada, os casos serão encaminhados ao Hospital Doutor Radamés Nardini e aos PAs Zaíra 2 e São João Batista. A diminuição faz parte de um pacote de medidas tomadas em conjunto por Secretaria de Saúde e mesa-diretiva do hospital para redução de custos por conta da crise financeira que atinge o município.

Durante a semana, a direção da Santa Casa apontou o atraso no repasse de recursos por parte da Prefeitura e ontem, a melhor solução encontrada para o impasse foi a redução nos atendimentos feitos.

Até amanhã, a Santa Casa manterá o pronto-atendimento aberto 24 horas ao usuário do serviço público, como vem sendo feito nos últimos anos. A partir de segunda, o serviço estará disponível somente no período diurno.

O número de internações também será reduzido. Atualmente, o usuário do serviço público pode permanecer na Santa Casa após consulta em que o médico indique ser este o melhor procedimento. A partir de segunda, será necessário verificar se há vaga no Hospital Nardini. Em caso positivo, o paciente é transferido de maneira imediata.

Principal maternidade de Mauá, a Santa Casa também deverá sofrer redução no número de partos. Apenas moradoras do próprio município serão atendidas com a verba repassada pela Secretaria de Saúde. As exceções são atendimentos de emergência, quando a mulher chega ao hospital já em trabalho de parto.

A Santa Casa de Mauá realizou nos últimos três meses 909 internações pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Foram ainda 19.201 consultas e mais 17.178 exames. Em média, são 250 partos por mês.

A secretária de Saúde, Sandra Regina Vieira, minimiza os possíveis impactos negativos decorrentes da diminuição no número de atendimentos e serviços a serem prestados no local. "Nos primeiros dias, pode até haver algum problema. Depois, a população vai se acostumar com o novo formato."
A gestora pública descarta ainda uma possível sobrecarga no Hospital Nardini, que tem enfrentado situação crítica nos últimos tempos. "Hoje em dia, já recebe muitas pessoas vindas da Santa Casa, aqueles que vão até lá e já não encontram médicos", diz.

A redução no horário de funcionamento do pronto-atendimento não é visto de forma traumática pela secretária. "À noite, o fluxo é muito menor e os demais pontos têm capacidade para receber as pessoas."

O diretor-administrativo da Santa Casa, Ednaldo Paulo dos Reis, diz que a opção foi a única possível. "Melhor seria não ter que reduzir, mas a decisão foi tomada em conjunto, em virtude da diminuição de recursos. Não podemos atender sem a perspectiva de recebimento", explica.

Quem esteve no início da tarde de ontem na Santa Casa presenciou uma situação bastante complicada. Márcio José de Matos aguardou atendimento durante três horas e não gostou do que viu. "Preciso de um ortopedista, e eles dizem que não tem, que o médico responsável chega após às 13h, mas já são 14h e ninguém apareceu por enquanto."

O prefeito eleito Oswaldo Dias (PT) foi consultado sobre o que pretende fazer para resolver o problema. Ele alegou que a administração atual não aceita fazer um processo de transição, o que dificulta qualquer iniciativa. "Somente no dia 1º de janeiro poderemos fazer alguma coisa. Por enquanto, resta lamentar." (Colaborou Fernanda Russo Filomeno)




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