As faculdades e universidades públicas são, geralmente, a grande meta dos estudantes que prestam o vestibular. No entanto, apenas uma pequena parcela destes consegue entrar, seja em razão da concorrência atrás do custo zero, do nível da entidade ou da qualidade do curso. Ingressar na USP (Universidade de São Paulo), por exemplo, é um dos casos mais frequentes de sonho e objetivo dos recém-formados alunos do Ensino Médio.

No ano passado, 138.242 candidatos prestaram a primeira fase da Fuvest e 38.606 candidatos avançaram para a segunda parte do processo seletivo (sendo 2.461 treineiros), em busca das 10.707 vagas disponíveis.

Para aqueles que não passaram nas instituições públicas, as saídas são fazer o cursinho e se preparar melhor para o próximo ano ou optar pela particular. A estudante Camila Garcia Guzo, 17 anos, prestou com outros 13.378 candidatos para o curso de Medicina da USP. O objetivo de entrar na faculdade já na primeira oportunidade, entretanto, não deu certo e a jovem estudará mais para alcançar o resultado desejado no final do ano. "Farei cursinho, vou estudar muito e tentar de novo no final do ano", disse Camila, que também tentou entrar na Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo). "Tenho de me esforçar mais para tentar fazer a diferença e passar na frente dos concorrentes. A maior dificuldade é a concorrência, porque tem candidato do Brasil todo."

Flávia Santos de Carvalho, 18, foi reprovada já na primeira fase do curso de Audiovisual da USP (1.201 inscritos). Como buscou outras opções de faculdade, foi aprovada na Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo, e cursará Relações Públicas. Mesmo assim, a estudante está decepcionada "Você quer se impressionar e impressionar a família. Se eu tivesse passado, seria motivo de muito orgulho".

A saída de buscar uma faculdade paga foi considerada por Camila, mas ela diz preferir a pública. "Se passar em particular, eu faço, mas prefiro USP ou Unifesp".

Por outro lado, existem aqueles que só querem cursar uma instituição pública, caso de Fabio Seiti Irie, 17, que prestou Engenharia na USP (12.343 inscritos) e também não passou. "Só quero pública", disse o estudante, que fará cursinho neste ano e aproveitará para decidir se quer ser engenheiro. "Farei um ano de cursinho para decidir o curso. Na verdade, não sabia exatamente o que fazer, mas foi uma boa experiência para prestar de novo no fim do ano".